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Empreendedoras ampliam espaço
Por Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
28/11/2004 | 14:07
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Mulheres bem-sucedidas em seus próprios empreendimentos têm até dia 20 de dezembro para inscrever-se na primeira edição do Prêmio Sebrae Mulher Empreendedora 2004. A iniciativa busca dar visibilidade às histórias de sucesso de um grande número de brasileiras que já representam 46% do total de empreendedores do país – em 2003 eram 29%, segundo dados da GEM (Global Entrepreneurship Monitor).

No Grande ABC, a situação se repete. As mulheres já representam 20% das pessoas que participam do Empretec (Programa de Desenvolvimento do Empreendedorismo) do Sebrae. "A participação das mulheres não pára de aumentar. No Empretec, a participação feminina está em 20%, o que é bastante significativo", diz Silvana Pompemayer, do escritório regional Sebrae Grande ABC 1, que atende São Bernardo, São Caetano e Diadema.

Segundo Silvana, as mulheres estão presentes em todos os setores da economia. "Há uma procura muito grande nos segmentos de comércio e serviços, que são os que mais crescem na região. Isso não significa que a mulher não esteja presente na área industrial. Existe, contudo, uma resistência maior nesse setor", acredita.

De acordo com Ângela Fontes, subsecretária de Planejamento da Secretaria de Especial de Programas para Mulheres do governo federal, um dos parceiros do Sebrae no prêmio, a mulher tem no empreendedorismo uma estratégia de sobrevivência. "Ainda somos minoria na PEA (População Economicamente Ativa) e, apesar de termos mais escolaridade, recebemos salários menores", diz.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres já correspondem a mais da metade da população brasileira e a 45% da PEA – entre os efetivamente ocupados 38% são do sexo feminino. Já entre a população que ganha até meio salário mínimo, as mulheres são maioria (53,9%). O sexo feminino recebe apenas 69% do salário médio dos homens.

Ângela acredita também que a mulher tem uma tendência natural ao empreendedorismo, presente em pequenos atos do cotidiano. A flexibilidade de horários e as dificuldades no mercado de trabalho levam a mulher a tornar-se empresária. "A mulher passa a vender um doce que já fazia em casa, que era apreciado pela família. Ou usa a experiência com os filhos para montar uma escolinha, uma creche", afirma.

O preconceito contra o sexo feminino ainda é forte, apesar das mudanças de comportamento. "As mulheres casadas e com filhos são vistas como mais onerosas pelos empregadores. Acredita-se que elas vão faltar mais para cuidar dos filhos. Tenho certeza que elas não faltam mais que os homens", afirma.

Ângela acredita que a iniciativa de premiar mulheres empreendedoras é muito positiva, pois permite ao sexo feminino mostrar seu valor no mercado de trabalho. "É bom também para melhorar a auto-estima dessas empresárias", diz.

O Prêmio Mulheres Empreendedoras é destinado a proprietárias de micro e pequenas empresas ou participantes de cooperativas e associações, com mais de 18 anos. Serão cinco ganhadoras na etapa nacional do prêmio, uma de cada região do país. As últimas ganharão uma viagem para o exterior, a um local que será definido pela comissão julgadora. As inscrições podem ser feitas pelo site do Sebrae (www.sebrae.com.br).




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