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Emplasa mantém Humbeto Carlos Parro no cargo
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
05/11/2005 | 08:19
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Presidente da Emplasa, autarquia ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), Marcos Campagnone disse sexta-feira que, a menos que receba orientação de seus superiores, vai manter Humberto Carlos Parro no cargo de assessor da diretoria, apesar das denúncias de desvios de recursos públicos durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso que pesam contra ele na Justiça Federal.

Ex-prefeito de Osasco, professor voluntário do Instituto Teotônio Vilela e quadro orgânico do PSDB, Parro foi presidente da Fundacentro – autarquia do Ministério do Trabalho – durante todo o governo FHC. Em 1998, durante sua gestão, R$ 32 milhões foram desviados da estatal para contas de agências de publicidade, propaganda e terceirização. A SMP&B, do publicitário Marcos Valério, foi a maior beneficiária dos repasses, com pelo menos R$ 15 milhões. Parro atribui a culpa ao diretor financeiro e administrativo da Fundacentro, Marco Antônio Seabra de Abreu, servidor licenciado do governo de Minas Gerais, que nega terem ocorrido desvios. No mesmo ano, Marcos Valério contribuiu financeiramente para a campanha derrotada à reeleição do governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB).

Parro entrou na Emplasa em 2003 a convite de Campagnone para auxiliá-lo no diálogo com os prefeitos da Região Metropolitana. "Eu coloco a mão no fogo por ele", afirma. Campagnone soube dos processos que pesam contra Parro em 2004, quando o ex-presidente da Fundacentro foi convidado, mas não aceitou assumir a Subprefeitura da Vila Maria na gestão José Serra (PSDB). "Quando ele recebeu o convite à subprefeitura, disse que gostaria de mantê-lo na Emplasa, porque ele é uma pessoa muito querida em qualquer círculo. Ele me disse: 'Também não vou porque tenho processo nas minhas costas e tenho medo de que isso possa trazer problemas, não me interessa evidenciar, mas estou me defendendo'. Ele nunca entrou em detalhe e como eu o conheço, nunca quis nem saber de que história se tratava. Quando li o jornal me deu um nó no estômago", afirmou.

Campagnone conversou com Parro sexta-feira sobre a reportagem publicada pelo Diário e disse que ouviu do assessor a informação de que ele (Parro) é vítima na história. "Quando ele soube que o diretor estava com conduta incorreta imediatamente colocou o cargo à disposição. Foi ele que diligenciou as providências e na matéria saiu como se ele tivesse culpa no cartório", disse Campagnone. "Ele era o presidente. Se o diretor financeiro apronta, a possibilidade de eu vir a desconhecer é grande. Se (o presidente) for ler cada vírgula de um processo, não faz mais nada. Tem de trabalhar também em confiança. Imagine um órgão público federal em que cada um vem de uma base política. É um alto risco ser um gestor público quando não se pode escolher seus subordinados", afirmou.




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