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Ibaneis fecha Esplanada novamente para evitar aglomeração e atos antidemocráticos

Determinação do governador do Distrito Federal consta de decreto distrital publicado nesta terça-feira

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16/06/2020 | 14:06
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu fechar novamente a Esplanada dos Ministérios por ameaças de aglomeração de grupos antidemocráticos, como ocorreu no fim de semana, além de ameaças de ativistas bolsonaristas dirigidas à Cúria Metropolitana de Brasília, instituição da Igreja Católica que fica na Catedral Nossa Senhora Aparecida e é comandada pelo bispo Dom Marcony Ferreira.

A determinação de Ibaneis consta de decreto distrital publicado nesta terça-feira, 16. O ato proíbe o trânsito de veículos e pedestres na Esplanada dos Ministérios, desde a rodoviária até a Praça dos Três Poderes, hoje (16) e amanhã (17). A circulação no local só será permitida para autoridades e servidores públicos federais devidamente identificados e que estejam em serviço. O Detran e o DER locais irão cuidar da organização e fiscalização do trânsito e os órgãos de Segurança Pública, da fiscalização na Esplanada.

"O descumprimento das medidas previstas neste decreto pode acarretar pena de multa, e demais sanções administrativas e penais, nos termos previstos em lei", cita o texto. "Sem prejuízo de outras sanções, a inobservância deste decreto pode acarretar a incidência do crime de infração de medida sanitária preventiva de que trata o art. 268 do Código Penal", acrescenta.

Para determinar o novo isolamento da Esplanada, o decreto lista uma série de motivos que levaram à decisão do governador: as aglomerações verificadas nos últimos dias na Esplanada dos Ministérios, que contrariam as medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus; as ameaças declaradas por alguns dos manifestantes aos Poderes constituídos; as ameaças dirigidas à Cúria Metropolitana de Brasília; e a ameaça de manifestações com conteúdos anticonstitucionais.

No último domingo, 14, Ibaneis também decretou o fechamento da Esplanada. A decisão foi tomada depois que a Polícia Militar desmontou, no sábado, um acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro instalado desde maio no local. Nessas manifestações, grupos antidemocráticos já tentaram invadir o Congresso Nacional e atacaram o Supremo Tribunal Federal com fogos de artifício.

Hoje, grupos bolsonaristas estariam se organizando para mais um manifestação. Desta vez seria em resposta à Operação Lume da Polícia Federal, que nesta manhã saiu às ruas cumprir 21 mandados de busca e apreensão em cinco Estados e no Distrito Federal no âmbito do inquérito sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Entre os alvos da ação estão o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, principal operador político do Aliança pelo Brasil, e o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. A ofensiva tem como alvo ainda youtubers bolsonaristas. Ontem, a extremista Sara Fernanda Giromini foi presa. Ela é uma das líderes do movimento chamado '300 pelo Brasil', responsável pelo acampamento desmobilizado no sábado pela PM do DF.

Como fez no domingo, Ibaneis também cita no decreto de hoje "que a situação demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, a fim de evitar uma maior proliferação da doença no Distrito Federal".




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