O estado de sonolência que se sente ao acordar, após uma noite normal de sono, prejudica mais as capacidades mentais do que um dia inteiro sem dormir ou um estado de embriaguez, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira nos Estados Unidos.

Uma equipe de pesquisadores dirigida por Kenneth Wright, do departamento de Fisiologia da Universidade de Boulder (Colorado, oeste), fez testes de agilidade mental e memória em curto prazo com um grupo de pessoas durante uma semana.

Eles constataram que os indivíduos testados logo após acordar, após uma noite normal de oito horas de sono ou de um período mais curto de sono profundo, tinham performances ainda mais medíocres do que aqueles que ficaram 24 horas acordados.

"Durante um curto período, os efeitos desta sonolência ao acordar parecem às vezes tão severos, talvez piores, do que nas pessoas embriagadas", disse Kenneth Wright, cujos trabalhos estão no Jama (Journal of the American Medical Association), datado de 11 de janeiro.

Os indivíduos examinados se mostraram mais inaptos para fazer cálculos mentais simples ou outros testes elementares nos três primeiros minutos depois de acordar. Os efeitos da sonolência se dissipam, geralmente, em dez minutos, ficando sensíveis por um período de duas horas, segundo o pesquisador.

Kenneth Wright citou um estudo do médico Thomas Balkin, do Walter Reed Army Research Institute, que mostra que a região frontal do córtex cerebral, que comanda a razão e as emoções, é mais lenta para se recompor após um período de sono do que as outras partes do cérebro.

O especialista destacou que estes trabalhos podem ter conseqüências sobre certas profissões, como os soldados ou pessoal médico, que muitas vezes despertam repentinamente para tomar decisões das quais depende a vida de alguém.