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Custo com salário de vereadores sobe 113% em 10 anos no Grande ABC

Reajuste nos vencimentos e aumento no número de cadeiras fazem crescer despesas com políticos

Raphael Rocha
29/10/2017 | 07:00
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Denis Maciel 30/5/17


 O custo com salários dos vereadores do Grande ABC subiu 113,4% em dez anos, saltando de R$ 782,1 mil por mês em 2007 para R$ 1,67 milhão mensal neste ano. Para efeito de comparação, a inflação do período, mensurada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 83,3%.

O Diário realizou levantamento considerando a folha salarial das sete Câmaras em 2007 e deste ano. Dez anos atrás, a região possuía 106 parlamentares eleitos. Agora, são 142 cadeiras, 36 a mais. Os vencimentos dos vereadores subiu neste período, em algumas cidades abaixo da inflação da década. Porém, o acréscimo de vagas parlamentares fez explodir os custos com os contracheques dos políticos.

O maior aumento foi registrado em São Caetano. Há dez anos, a Casa despendia R$ 52,9 mil por mês para honrar os salários dos então 11 vereadores (cada um recebia R$ 4.817). Atualmente, com 19 vereadores (salário de R$ 10 mil), a folha de pagamento aos parlamentares consome R$ 190 mil – ou seja, 258,6% adicionais. O orçamento do Legislativo cresceu 225,9% (de R$ 15,5 milhões para R$ 50,6 milhões).

Na Câmara de Santo André houve o menor aumento de gastos com os políticos: 61,5%. Em 2007, o contracheque dos 21 vereadores demandava R$ 195 mil dos cofres da Casa (cada um ganhava R$ 9.288). Agora, com a manutenção do número de vagas eletivas, o custo cresceu somente pelo reajuste nos vencimentos – os 21 eleitos têm contracheques de R$ 15 mil e, juntos, custam R$ 315 mil.

Em 2011, o Legislativo andreense discutiu oficialmente aumentar o número de vereadores, subindo para 27, mas pressão da sociedade civil andreense forçou o recuo. O orçamento do período saltou de R$ 20,4 milhões para R$ 63,5 milhões (211,9% a mais).

Outra cidade que contabilizou crescimento considerável nos custos dos vereadores foi Rio Grande da Serra. Em 2007, os nove parlamentares representavam R$ 25,7 mil nas contas da Casa (cada um ganhava R$ 2.862). Passada a década, são 13 eleitos e cada um recebe R$ 6.012,70. Ao todo, consomem R$ 78,2 mil, alta de 203,5%.

No Legislativo de São Bernardo, a soma dos salários dos parlamentares cresceu 115,3%. Houve aumento no número de cadeiras (de 21 para 28), além de reajustes aos vencimentos (de R$ 9.288 para R$ 15 mil). Assim, o custo total pulou de R$ 195 mil para R$ 420 mil mensais.

Já na Câmara de Diadema, a folha salarial com os políticos aumentou 73,6%, saindo de R$ 126,3 mil para R$ 219 mil – foram adicionadas quatro cadeiras (17 para 21) e os salários foram reajustados de R$ 7.430 para R$ 10,4 mil. Em Mauá, a alta foi de 132,6% (total passou de R$ 118,8 mil para R$ 276,5 mil) e, em Ribeirão, o acréscimo foi de 150,1% (de R$ 68,1 mil e R$ 170,4 mil).




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