Quando se fala em motociclismo no Brasil, duas são as principais referências que vêm à cabeça: o extinto autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, último local a receber os melhores competidores e as motos mais velozes, e Alexandre Barros, piloto de maior sucesso e destaque nas principais categorias do mundo. E, neste fim de semana, o veterano de 46 anos está de volta às pistas para uma temporada completa no SuperBike, campeonato brasileiro de duas rodas que prevê oito provas em 2017. O ponto de partida será hoje, às 12h05, em outro templo da velocidade nacional: Interlagos.

Três foram os principais motivos para o retorno de Alex às pistas: a óbvia paixão pela velocidade, a vitória na última etapa da SuperBike em 2016 – em participação especial – e a oportunidade de difundir ainda mais o esporte e a categoria no País que ainda o tem como principal nome e referência de sucesso, mesmo dez anos após sua saída da MotoGP, na qual soma 276 corridas e sete vitórias em 22 temporadas.

“O espírito falou mais alto, não só a vontade própria. O retorno de mídia que (a vitória de 2016) teve abriu interesses aos patrocinadores. Então, minha entrada é também para impulsionar o campeonato. Como dono de equipe ainda tenho interesses. Apesar de o corpo não estar como antes, o espírito está. Conseguir atingir o sucesso é excelente, mas ideia é não ficar apenas na minha presença, mas trazer outros pilotos”, projetou o piloto, que citou a Alex Barros Racing, time no qual ele terá como companheiro o argentino Diego Pierluigi, vencedor de três das seis etapas que disputou no ano passado.

Sobre metas para a temporada, o veterano não pensa pequeno. “Como piloto, minha pretensão é brigar por vitória e título. Como chefe de equipe, preciso que eu e Diego briguemos pelo título. Estou contratando ele para ganhar o campeonato. Dois pilotos candidatos ao título. Vai ser bonito o SuperBike neste ano. Quem não viu o Alex correr, é uma oportunidade”, afirmou o piloto, que ainda não pensa em 2018. “A ideia é mesmo correr só um ano.”

Além de servir como espelho, Alex Barros sustenta projeto no qual orienta e prepara jovens pilotos a serem o futuro do Brasil na Motovelocidade. Diogo Moreira, 12 anos, é um dos valores tupiniquins que hoje estão na Espanha em busca de recolocar o País no cenário mundial das duas rodas. Antes dele, Lucas Torres e Brian David também tiveram chances. “Legal do projeto é que é 100% patrocinado, tem toda a parte técnica custeada. Projeto assim não existe. Se atingir resultados e bater as metas, continua. É um projeto até a MotoGP”, concluiu.