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Família de Celso pede continuidade das investigações
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
01/08/2002 | 00:30
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  A família de Celso Daniel, seqüestrado e assassinado em janeiro, quer que as autoridades competentes dêem continuidade às investigações sobre o caso. As dúvidas que os irmãos do ex-prefeito Maria Elisabeth, Maria Clélia, Bruno e João Francisco Daniel têm sobre os fatos motivou o pedido oficializado durante entrevista coletiva realizada nesta quarta, em São Bernardo. Eles não acreditam que Celso tenha sido vítima de uma crime comum.

João Francisco era o mais enfático entre os irmãos e voltou a afirmar que a morte do ex-prefeito pode ter sido queima de arquivo. Ele não descarta a possibilidade de uma relação entre o assassinato de Celso e as denúncias de um suposto esquema de propina na Prefeitura de Santo André.

O inquérito policial que apurou o seqüestro e o assassinato de Celso Daniel já foi concluído e enviado ao Fórum de Itapecerica da Serra, onde tramita o processo. Apesar disso, a família aposta na reabertura do caso. “Quando a gente coloca que há uma série de pontos não esclarecidos, a reabertura do caso é uma possibilidade”, disse Bruno.

Um dos pontos da investigação com o qual a família não ficou satisfeita foi com relação ao verdadeiro alvo dos seqüestradores. Segundo o inquérito policial, a quadrilha pretendia vitimar um empresário do Ceasa. Em nota de esclarecimento divulgada à imprensa, a família questionou a existência desse empresário e se ele costumava passar pelo local onde Celso foi abordado.

A família também gostaria que fossem esclarecidos os fatos sobre o suposto cativeiro que o ex-prefeito teria ficado em Embu. Na época, a imprensa noticiou que foram encontrados fios de cabelos brancos no local. “São perguntas sem respostas que gostaríamos que fossem esclarecidas porque reforçam a necessidade de uma investigação profunda no que teria ocorrido no cativeiro”, afirmou Bruno, ao ressaltar que a família está à disposição para a coleta de material genético para realização de exames de DNA.

Os irmãos também querem ter acesso aos anexos do laudo da necrópsia. Bruno disse que cópia do documento foi solicitada, sem sucesso, ao Instituto Médico Legal e a líderes petistas que acompanhavam o caso.

No entendimento da família, os documentos são fundamentais para esclarecer as circunstâncias em que o ex-prefeito morreu. “Para nós, é importante ter este documento para saber, por exemplo, se o Celso foi torturado. Se o meu irmão foi torturado cai por terra a linha de investigação da polícia de crime comum porque ninguém é torturado em um crime comum”, disse João Francisco.

Sobre a possível relação entre a morte de Celso e o depoimento de Dionísio de Aquino Severo, resgatado de helicóptero da penitenciária de Guarulhos, no qual revela sua relação com os assassinos do ex-prefeito, Bruno disse que esta é uma hipótese de investigação que também pode ser verificada pela polícia.




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