A professora de pintura Sueli de Fátima Silva Laguna, 50 anos, de São Caetano, tem como costume comprar todo mês três pacotes de arroz de 5 kg da marca Prato Fino. No entanto, desde abril surpreende-se ao abrir o pacote do produto, que diz comprar sempre na unidade do bairro Fundação da rede de supermercados Carrefour. Em abril e no mês passado, ao abrir o pacote, percebeu que o arroz tinha carunchos. "Me surpreendi porque gosto desta marca por não precisar lavar nem escolher", diz Sueli.

Em abril, ao perceber que o produto estava deteriorado, a consumidora entrou em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) do fabricante do arroz e dias depois recebeu em casa dois pacotes da mesma marca. Foi quando notou que um deles estava aberto e enrolado com fita adesiva. Ela não aceitou o produto e dias depois recebeu outro pacote em perfeitas condições.

Passado cerca de dois meses, e certa de que não teria mais problemas com a marca, Sueli voltou ao mesmo supermercado para comprar os três pacotes de costume. Qual não foi sua surpresa ao chegar em casa, abriu um deles e viu que o produto estava com caruncho. Desta vez, entrou em contato com o Procon de São Caetano que a orientou a procurar a Vigilância Sanitária. Na vigilância, soube que poderia entregar o arroz para análise, mas preferiu levá-lo para efetuar a troca no supermercado.

Higiene - A advogada Maíra Feltrin, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), explica que Sueli tem direito à troca ou devolução do valor pago seja pelo fabricante ou pela rede de supermercados. Quanto ao fato de o fabricante devolver, da primeira vez do ocorrido, apenas dois dos três pacotes adquiridos, a advogada diz que a empresa agiu errado. "Não é porque a consumidora abriu o pacote com larvas que a empresa pode se eximir", afirma Maíra. Como o problema se repetiu, a advogada recomenda à consumidora levar o produto à Vigilância Sanitária. "Para saber se o fabricante atende às normas de higiene."

O Carrefour de São Caetano promete trocar o produto e afirma que o arroz, se armazenado em local seco, não cria nenhum tipo de caruncho. Diz também que o problema pode aparecer se o arroz estiver guardado em recipiente de vidro ou plástico que não esteja seco. Já a fabricante do arroz, a empresa Prato Fino, ressaltou que produtos amiláceos são alvos de pragas, já na lavoura, que geram microorganismos. "Trabalhamos orientados por uma política que não nos permite adicionar outro elemento, a não ser água, aos processos industriais do arroz", informa nota enviada pela Pirahy Alimentos, fabricante do arroz. A empresa afirma que tem instruído os clientes em situações semelhantes a trocar o produto sem qualquer ônus no local de compra.