Internacional Titulo
Atentados podem prejudicar reconstrução do Iraque
Por Da AFP
28/10/2003 | 14:10
Compartilhar notícia


Os cinco atentados suicidas cometidos nesta segunda-feira em Bagdá foram um duro golpe nas esperanças de reconstrução do Iraque. "Existe um vínculo direto entre estes atentados e a conferência de Madri", declarou o ministro do Comércio iraquiano, Ali Alaui.

"Esta conferência foi um sucesso e estes atos de sabotagem têm como objetivo desestabilizar o país para impedir sua reconstrução", acrescentou. Alaui também estimou que o impacto destes ataques só será provisório. "Se vocês me perguntarem se esses atos terão conseqüências agora, diria que sim. Mas no próximo, a situação será claramente melhor", afirmou.

Durante a conferência de Madri, realizada na semana passada, os países doadores prometeram participar na reconstrução do Iraque com US$ 33 bilhões até 2007.

Esse resultado foi saudado como um "êxito" pelos Estados Unidos e as autoridades iraquianas instaladas sob sua tutela, já que o país precisa de 56 bilhões de dólares nos próximos quatro anos, segundo avaliações do Banco Mundial e das Nações Unidas.

No dia 26, foram lançados 29 foguetes contra o hotel mais protegido de Bagdá, onde estava hospedado o número dois do Pentágono, Paul Wolfowitz. Nesta segunda-feira, cinco atentados suicidas espalharam o terror na capital iraquiana, matando 42 iraquianos e um soldado americano.

A sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que desempenha um papel humanitário chave no país, foi um dos alvos dos ataques. "A mensagem que querem enviar aos grupos internacionais é: 'não venham reconstruir o país'. Isto terá também um impacto negativo sobre os investimentos", disse um funcionário da coalizão que ocupa o país. "Fará o que for possível para garantir a continuidade da reconstrução", acrescentou.

"Como querem que o investidor estrangeiro venha aqui quando o próprio iraquiano não pode garantir sua sobrevivência?", perguntou o presidente da Câmara de Comércio, Mohammad Al Kazzaz. "Meu filho, que vive em Londres, queria vender seus negócios lá para regressar e investir no Iraque. Mas foi impedido", continua, afirmando ter recebido ameaças de morte.

"Eu mesmo, sou o representante no Iraque de seis empresas internacionais, mas digo a todos os meus provedores que não venham porque não poderia garantir sua segurança", conclui.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;