Edson, que até 2008 formava dupla com o irmão Hudson, ri à toa no início da carreira solo. O recém-lançado Edson e Você, primeiro disco que assina sozinho, é só uma das representações dessa fase.

Depois de quase 30 anos cantando com Hudson, hoje o vocalista tem pleno controle da própria carreira. "Nos primeiros shows foi difícil olhar para o lado e não ver meu irmão ali. Mas na parte musical, não poderia estar melhor", resume o compositor.

A dissolução da dupla se deveu às grandes divergências musicais que ambos nutriram no decorrer da vida. Hudson foi ficando cada vez mais roqueiro. "Com o tempo eu tinha de pedir para diminuir as guitarras. Estou longe de ter preconceito. Enquanto existia um equilíbrio, estava tudo bem. Mas no último DVD, eu me senti um crooner de banda de rock", confessa.

Enquanto Hudson recomeça gravando com roqueiros já estabelecidos, como o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, Edson segue feliz a trilha que estabeleceu para si próprio. A ideia era fazer um trabalho altamente pessoal. "Não queria participações especiais, por exemplo. Mas no caminho foram surgindo fatos que não pude ignorar", diz ele, a respeito da colaboração de Zezé di Camargo, de Carlinhos (o Mendigo, que surgiu no Pânico e participou de A Fazenda) e de ninguém menos do que o xará Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que canta com ele um tema para a Copa.

Cada um colabora em uma faixa diferente. Zezé, a quem Edson não esconde nutrir uma admiração imensa, colabora em Quem Canta Não Para, que batiza a turnê. "Eu o chamei porque ele passou por dificuldades com a voz e fiz a letra depois de conversamos sobre isso", afirma. No momento, ele trabalha a divulgação do disco no interior do País.