Em pleno feriado, trabalhadores da metalúrgica Arnaldo Pollone, de São Bernardo, se mobilizaram ontem em frente à empresa para impedir a retirada de maquinários da companhia. Depois de terem recebido a informação de que uma transportadora (supostamente a mando dos proprietários) estava tentando tirar esses bens (grandes prensas e perfuradoras), os empregados foram até o local e constataram que havia essa tentativa.

Em razão da possibilidade de saída dos maquinários - os quais fazem parte do patrimônio da fabricante, que tem dívidas trabalhistas -, o representante da comissão da fábrica Eduardo Santos Faria afirmou que os empregados vão acampar em frente à metalúrgica para evitar novas tentativas de retirada dos bens.

A empresa está com atrasos nos depósitos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a seus 180 funcionários, e também deve a 120 ex-empregados, demitidos neste ano e em 2011. Um deles, Mauro do Nascimento, 60 anos de idade e quatro de trabalho na fábrica, conta que a Arnaldo Pollone fez acordo na Justiça para pagar parceladas as verbas rescisórias, mas não está honrando com os compromissos.

O que ocorreu ontem surpreendeu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que participou, na quinta-feira, de reunião de conciliação, em que a empresa teria aceitado pagar o reajuste de 8% aos funcionários neste ano.