Política Titulo Diadema
Lauro acena para mexer na previdência

Prefeito tenta suspender repasse extra ao Ipred, mas recua depois de pressão dos servidores

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
13/12/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), pretende mexer na previdência local. Ontem, o verde tentou emplacar votação às pressas de projeto que suspende repasse financeiro ao Ipred (Instituto de Previdência de Diadema). O governo do verde, porém, recuou após pressão dos funcionários públicos.

A medida da gestão, protocolada na Câmara na manhã de ontem, não alteraria o regime previdenciário em si. O texto autorizaria a Prefeitura a congelar até 2020 a chamada alíquota suplementar ao Ipred. O aporte serve para amortização do deficit da autarquia, garantindo o equilíbrio financeiro do instituto responsável pela aposentadoria dos servidores diademenses. Atualmente esse índice é de 26,1% por mês sobre a despesa total com pessoal. Somada aos repasses da contribuição patronal, de 13,3%, e à taxa de administração, essa alíquota sobe para 40,9%, o que representa cerca de R$ 10 milhões mensais.

O argumento do Paço é que a medida é necessária “diante da grave crise fiscal que afeta o município”. No texto, o governo fala em promover estudos “para adequação do sistema previdenciário municipal”. O Executivo já acumula sucessivos calotes de pagamentos da cota patronal.

Para o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), a suspensão da alíquota comprometeria ainda mais a saúde financeira da autarquia e abre caminho para que a administração altere regras para o acesso à aposentadoria.

A votação do projeto foi abortada pelo próprio governo. Os servidores ocuparam o plenário do Legislativo e reclamaram da falta de debate com a administração. O Sindema alertou que a mudança só deveria ser apreciada após aprovação dos conselhos do Ipred. “A gente ficou sabendo desse projeto só hoje (ontem). Não houve nenhuma discussão com o sindicato”, reclamou o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, ao emendar que os parlamentares teriam se comprometido a não levantar recesso para que a medida seja votada – dia 19 ocorre a última sessão ordinária do ano.

Líder do governo, Companheiro Sérgio (Cidadania), porém, afirmou que o projeto será debatido na semana que vem com “todas as partes envolvidas” e que, se houver acordo, o texto será apreciado ainda neste ano. O parlamentar confirmou que a medida não passou pelo aval dos conselhos do Ipred. 




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