Política Titulo Câmara
S.Caetano faz sessão rápida diante de ato contra taxa do lixo

Munícipes voltaram a reclamar do tributo no primeiro dia de trabalho dos parlamentares

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
07/02/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


A Câmara de São Caetano voltou ontem do recesso parlamentar e já enfrentou manifestação. Diante de intenso protesto de moradores contra a cobrança na taxa do lixo na cidade, os parlamentares tiveram de fazer sessão relâmpago. O encontro durou cerca de 20 minutos.

Diante de vaias, apitos e gritos de ‘fora, taxa’, vereadores sequer conseguiram discursar. O oposicionista Jander Lira (PP) foi o único a subir à tribuna. O parlamentar até que tentou usar seu tempo para falar sobre um requerimento que produziu que trata de poços artesianos, mas não conseguiu prosseguir sua fala. Manifestantes esbravejavam insistentemente contra a taxa do lixo.

Logo em seguida, o presidente da Casa, Pio Mielo (MDB), colocou os projetos que estavam na ordem do dia em votação rápida e encerrou a sessão. “O movimento entende que estamos numa guerra e que vencemos a batalha de hoje (ontem). Essa guerra é do povo contra os que não são do povo”, afirmou Daniel Lima, um dos integrantes do movimento contra a taxa.

Assim como Lima, diversos outros participantes do protesto são do Psol, o que fez com que o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) classificasse o movimento como partidário. O grupo já havia promovido passeata pela cidade no dia 23 para reivindicar a revogação do tributo, que teve o cálculo e o formato da cobrança modificados no fim do ano passado. Na ocasião, cerca de 250 pessoas protestaram em frente à casa do prefeito, entre eles o ex-vereador Horácio Neto (Psol).

Ao Diário, porém, o líder do governo na Câmara, Tite Campanella (PPS), adotou discurso mais ameno em relação aos manifestantes e admitiu que a legislação que regulamentou a cobrança da taxa possui “alguns pontos fora da linha”.

O parlamentar, contudo, descartou veementemente que o Paço cogite revogar a taxa. “A gente respeita todas as manifestações. Não tem o que se opor em relação à vontade da população em se manifestar. Mas o formato dessas manifestações é que é complicado, porque não temos canal para o diálogo e para o contraditório”, destacou Tite, que sentenciou: “Não tem como revogar a taxa. Ninguém vai parar de produzir lixo. Não dá para abrir mão (da receita). A coleta e destinação do lixo precisa ser paga, não dá para deixar o lixo na (Avenida) Goiás”.

Sobre as modificações, Tite explicou que ainda estão sendo estudadas pelo governo alternativas para limitar o aumento para casos específicos em que o reajuste for considerado injusto, como para imóveis residenciais com áreas grandes, porém com menos moradores, e até estabelecimentos industriais. Eventuais modificações no texto só valeriam para a cobrança do tributo em 2019.

Já Pio criticou o ato, citando que “algumas pessoas que foram derrotadas na eleição de 2016” estão usando o debate sobre a taxa do lixo para antecipar a eleição de 2020. “A Câmara é o espaço democrático para recebermos opiniões convergentes e divergentes. Temos o dever de ouvir críticas e sermos, de fato, os representantes do povo. Porém, não posso tolerar qualquer tipo de ofensa à moral ou à honra de qualquer servidor público, seja funcionário ou vereador.”

Segundo os organizadores, cerca de 400 pessoas foram ao protesto na Câmara. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;