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Trânsito de 2 cidades está entre os piores

Levantamento coloca São Bernardo e Santo André em ranking que tem 15 cidades do País

Vanessa de Oliveira
02/12/2017 | 07:00
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DGABC


Santo André e São Bernardo constam de um ranking para deixar motoristas mais estressados: ambas estão entre as cidades com mais trânsito do Brasil, segundo levantamento realizado pela empresa de transporte urbano 99. A lista é composta por 15 municípios e foi feita com base em 100% das corridas de táxi e do 99Pop (que envia motoristas particulares, modelo UberX), realizadas em cada região a partir de análise desenvolvida pela equipe de Pesquisa e políticas públicas da startup entre junho e agosto. Da região, apenas as duas cidades foram avaliadas (veja o ranking abaixo).

No Grande ABC, São Bernardo aparece em 11º lugar, com 64% de atraso no tempo de viagem, problema apontado ao redor das rotatórias dos km 16 e km 18 da Rodovia Anchieta, que dão acesso às principais avenidas da cidade, como Lions, Kennedy e Lucas Nogueira Garcez. O município tem registrado 366.562 veículos, segundo dados de junho do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Em Santo André, onde a frota é de 342.412 veículos, a paciência do motorista é testada no entorno da Avenida Pereira Barreto que, segundo o levantamento, apresenta os trajetos mais difíceis. Nessa região, em média, as viagens iniciadas no horário de pico apresentam em torno de 60% de atraso, comparadas com um referencial de trânsito livre.

Quem faz todo dia os percursos apontados assina o resultado do levantamento. O analista de negócios Raphael Lima, 34 anos, passa pelo trecho da Anchieta diariamente, entre 17h30 e 19h, para regressar do trabalho à sua casa, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo. “A melhor alternativa, a meu ver, é a construção de um novo acesso para a via local logo após a entrada do km16”, opina. 

A analista administrativa Gabriela Iaconelli Doratioto, 24, que mora em Mauá, enfrenta congestionamento diário na Avenida Pereira Barreto, em Santo André, para ir e vir do trabalho. “Chego a perder, muitas vezes, uma hora parada.”

Para a diretora de pesquisa e políticas públicas da 99 Ana Guerrini, os apontamentos feitos pela análise ensejam melhorias. “Podem subsidiar a tomada de decisões, como priorização de transporte público.”

O coordenador do curso de Gestão Pública da Universidade Metodista Vinicius Schurgelies também destaca que, além de investimento na ampliação de avenidas ou saídas principais, para dar alternativas aos motoristas, é preciso pensar em opções para diminuir o excesso de carros nas ruas.

“O Grande ABC tem uma importância econômica de extrema relevância para o Estado e se comunica muito com a Capital. Precisaria de mais ligações, mas principalmente de transporte de massa entre a região e a Capital. A Linha 18 do Metrô (Tamanduateí-Djalma Dutra) seria primeira opção para facilitar isso. Teria um impacto grande na retirada de muitos veículos de quem acaba utilizando o meio de transporte individual”, fala o especialista. A questão, no entanto, segue travada. A construção, que foi assinada em agosto de 2014, deveria ser entregue no ano que vem. O projeto está emperrado por problemas burocráticos e sequer as desapropriações – fase inicial do trabalho – começaram. Em 2015, a União vetou que São Paulo contraísse empréstimo internacional pela falta de documentos de capacidade financeira para tal operação fiscal. A Linha 18-Bronze tem investimentos de R$ 4,26 bilhões, no sistema de monotrilho, e está projetada para ter 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo (parada Djalma Dutra), passando por São Caetano e Santo André.




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