Representantes da Prefeitura de Diadema e empresários do município participam, na próxima semana, do Pré-Sal Brasil 2010 - Congresso Internacional & Exposição, no Rio de Janeiro. Realizado pela The Energy Exchange Clarion Events, com o apoio do Ministério de Minas e Energia, o evento, que acontece entre os dias 7 e 9 no Hotel Windsor Barra, deverá discutir as possibilidades de negócios com a exploração da camada pré-sal.
Abordará ainda temas como os avanços tecnológicos para o setor de E&P (exploração e produção) offshore (mar aberto) em águas profundas, marco regulatório, planos federais e estaduais para o desenvolvimento do projeto e investimento e desenvolvimento da infraestrutura nos municípios litorâneos localizados em áreas próximas da exploração do petróleo.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema, Luis Paulo Bresciani, afirma que recente seminário - organizado pela Prefeitura em parceria com a Petrobras para debater como as pequenas indústrias da região podem se capacitar para fornecer para a estatal- serviu para dar visibilidade ao município. "Fomos convidados pela organização, por causa dessa atividade. Foi um primeiro desdobramento positivo daquele debate", afirmou.
A Prefeitura é apoiadora oficial e duas empresas do município patrocionam o evento no Rio. "Nosso objetivo é acompanhar as companhias de Diadema, dando apoio institucional e nos colocando à disposição de interessados em conhecer o potencial econômico do município", afirmou.
Bresciani afirma que, após essa atividade, o próximo passo será a administração municipal desenvolver programa para capacitar fornecedores. "Vamos verificar a viabilidade de levantarmos recursos, como foi feito para os setores do plástico e borracha", destaca.
Para esses segmentos, já está sendo implantado na cidade projeto de qualificação das empresas, em parceria com associações setoriais e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), entre outras entidades do setor.
Outro objetivo, de acordo com o secretário, é fazer com que Diadema se torne polo relevante de fornecimento. O foco principal são as cerca de 600 indústrias metalmecânicas e de máquinas, que são fortemente ligadas à cadeia automotiva, mas que também poderiam atender à área petrolífera.
Fiesp discute com BNDES política industrial para a área
Diretores da Fiesp e do Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) se reuniram, há poucos dias, com técnicos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para debater o potencial de negócios com a área petrolífera.
O banco do governo prepara medidas de política industrial para a exploração e produção do petróleo abaixo da camada de sal, que devem envolver o apoio a diversas áreas industriais. A intenção é fazer forte desoneração tributária da atividade e oferecer condições especiais de financiamento para que as empresas tenham condições de concorrer com os grupos estrangeiros.
"Com os investimentos no pré-sal, não há setor que não se interesse", diz o empresário Donizete Duarte da Silva, vice-diretor da regional do Ciesp de Diadema.
"Queremos que a Petrobras só compre no Exterior o que não consegue suprir com indústrias brasileiras", acrescenta Silva, que avalia que um dos problemas hoje de muitas fabricantes nacionais para atender a estatal é de capacidade fabril reduzida, na comparação com grupos chineses, por exemplo.
De acordo com estudo do BNDES, os investimentos de quase US$ 112 bilhões anunciados pela Petrobras devem gerar impacto de, pelo menos, US$ 91 bilhões sobre a cadeia produtiva do setor entre 2009 e 2013.
Do total a ser aplicado, a avaliação do banco é de que 22% desses aportes correspondem a projetos ligados à exploração e produção de petróleo na camada pré-sal e, por isso, ainda estão subestimados.
Pelo estudo, o setor de serviços é o que mais vai se beneficiar com os efeitos indiretos do recurso programado pela estatal, gerando US$ 34 bilhões. Já o segmento de máquinas e equipamentos é o que vai receber mais recursos diretos da Petrobras (US$ 43,1 bilhões), mas, aplicação dessa cifra vai proporcionar efeito indireto mais modesto, de US$ 8,3 bilhões. (com AE)
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