Presidente da Câmara diz que quer aval do PT para tentar impedir reeleição de Lauro Michels
Ainda faltam pouco menos de três anos, mas o presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, já se coloca como pré-candidato do PT para impedir a reeleição do prefeito Lauro Michels (PV).
De origem sindical, o petista tem cinco mandatos como vereador e acredita ter acumulado bagagem suficiente no Legislativo para poder disputar a Prefeitura. “Não é por vaidade. Mas me sinto preparado para a tarefa”, anuncia. Nas duas décadas de atuação parlamentar, foram três mandatos em apoio aos prefeitos petistas José de Filippi Júnior e Mário Reali – os outros anos foram na oposição a Gilson Menezes (PSB) e, agora, Lauro.
Num primeiro embate com Lauro, Maninho levou a melhor. Conseguiu, no começo do ano, articular seu nome para comandar a Câmara, com adesões de partidos que futuramente iriam compor o governo verde. De última hora, o prefeito tentou apostar em Célio Boi (PSB), porém o petista já tinha votos suficientes para comandar a Casa.
Antes de projetar um duelo direto contra o verde, Maninho terá de convencer o diretório petista. Nunca o PT de Diadema escolheu um vereador para ser prefeiturável: Gilson (na década de 1980), José Augusto da Silva Ramos, Filippi e Reali não tiveram mandatos na Câmara antes de concorrer ao Paço (no ano passado, José Augusto, pelo PSDB, virou o primeiro prefeito da cidade a se eleger vereador).
“Acredito que todas as forças deram sua contribuição. O Filippi e o Mário agora têm outros objetivos, outros projetos”, avalia o atual presidente da Câmara, para amenizar os boatos sobre possíveis retornos dos ex-chefes de Executivo no pleito de 2016. Há, no PT, quem acredite que somente Filippi seria capaz de resgatar a liderança do Paço.
Maninho é o primeiro nome no PT a se colocar como futuro prefeiturável. Outra filiada cotada é a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, que atuou na Defesa Social de Diadema na gestão Filippi e tem como principal marca a implementação da Lei Seca. Ela é defendida por, além de ter projetos próprios na cartilha, ser figura novata em disputas eleitorais, a exemplo do que aconteceu com Fernando Haddad em São Paulo, em 2012, e Alexandre Padilha ao governo do Estado, no ano que vem. “Sei que quem sai primeiro nessa briga (pela indicação para concorrer ao Paço) apanha mais. Estou preparado para enfrentar o debate. Seja dentro do PT seja nas ruas, contra a atual administração.”
DISCURSO PRONTO
Se ainda está longe de conquistar aval partidário para a briga majoritária de 2016, Maninho tem discurso que pretende levar às ruas na ponta da língua: vai relembrar o cenário eleitoral de Santo André.
Em 2008, Vanderlei Siraque não conseguiu manter a hegemonia do PT à frente da Prefeitura andreense, perdendo para Aidan Ravin (PSB). Quatro anos depois, a população de Santo André reconduziu um petista à chefia do Paço, o sindicalista Carlos Grana.
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