Setecidades Titulo Saúde
Região tem queda em
taxa de mortalidade infantil

Dados da Fundação Seade apontam que Grande ABC
contrasta com o crescimento do índice na Grande SP

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
19/12/2013 | 07:00
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Divulgação


O Grande ABC apresentou queda de 9,3% na taxa de mortalidade infantil, na comparação direta entre 2011 e 2012, segundo dados divulgados ontem pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A taxa de mortalidade infantil representa o número de óbitos de crianças de até 1 ano para cada 1.000 nascidas vivas. Em 2011, era de 11,8 na região. Em 2012, passou para 10,7. Em todo o ano passado, 415 recém-nascidos morreram entre os 36.564 nascimentos registrados nas sete cidades (veja a tabela ao lado).

A taxa de mortalidade no Grande ABC é menor que a da Capital, Região Metropolitana e do próprio Estado. Na Grande São Paulo, por exemplo, houve aumento na comparação entre os dois anos.

Professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC, Mauro Sancovski destaca que desde os anos 1990 a mortalidade infantil apresenta queda constante, mas ressalta que o importante é comemorar o não aumento, ao invés da redução.

“A meta de diminuição é constante. Para isso, precisamos reforçar o atendimento pré-natal. Ainda existem muitas mães que não fazem o acompanhamento médico necessário”, disse.

E justamente reforçar esse atendimento às gestantes é o objetivo das duas únicas cidades da região que tiveram aumento da taxa em 2012: Mauá e Diadema.

O Executivo mauaense destacou que desde o início do ano formou grupo de atuação específico em cuidados de pré-natal na cidade. Encontros mensais discutem as propostas de ações para melhor atuação e acompanhamento dos progressos. Na cidade, a taxa teve crescimento de 12%, passando de 14,1 em 2011 para 15,8 em 2012.

Já Diadema, que teve aumento de 10,3% no índice no período (passou de 12,6 para 13,9) disse ter criado o Programa Saúde em Movimento no início do ano, visando oferecer os cuidados necessários às gestantes e aos bebês de até 2 anos. O Executivo também promete qualificar melhor o atendimento de pré-natal.

Ribeirão Pires aparece nos dados da fundação estadual como a cidade da região com a maior queda da taxa. Outras, como São Bernardo, alcançaram o melhor índice de sua história. Nas duas, assim como nas demais, o principal ponto em comum das prefeituras foi a preocupação em alertar o risco de se iniciar o pré-natal tardio.

Diretora do Hospital da Mulher, em Santo André, Rosa Maria Pinto Aguiar reforçou que o trabalho é árduo para tentar diminuir ainda mais a taxa, salientando que o principal risco hoje às gestantes é a prematuridade.

“Quando se faz o acompanhamento desde cedo, consegue-se tomar os cuidados necessários.” Toda criança que nasce com menos de um quilo é considerada prematura e, atualmente, essa é a maior causa de mortalidade infantil.

Para Sancovski, gravidez na adolescência, uso de drogas e desinformação ainda são os principais problemas que impedem as mulheres de ter um encaminhamento adequado na gestação. Mas o poder municipal deve arcar com sua responsabilidade. “A consulta sempre deve ser disponibilizada à gestante quando necessário.” 




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