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São Bernardo cria calendário de fomento ao turismo ecológico

Aposta é aproveitar diversidade da Mata Atlântica e da Represa Billings para atrair visitantes e, com isso, estimular a preservação do meio ambiente

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
04/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Conhecida nacionalmente por sua produção automotiva, São Bernardo inicia, neste mês, verdadeira saga em busca do progresso e da preservação do meio ambiente. Inspirado em experiências bem-sucedidas por todo o mundo, o município promete colocar em prática ambicioso calendário de atividades cujo objetivo é impulsionar o turismo ecológico e consciente na cidade. A receita do projeto é simples: apostar na diversidade da Mata Atlântica e grandiosidade da Represa Billings.


Tendo 60% de seu território em área de manancial e com vasta área verde – cerca de 19 mil hectares de floresta –, o município busca resgatar o interesse de seus habitantes pela preservação do meio ambiente. O projeto é visto também como alternativa à dependência financeira do município em relação à cadeia automotiva.

À frente do desafio, o secretário de Gestão Ambiental, José Carlos Gobbis Pagliuca, que assumiu a Pasta em janeiro, garante que o caminho é começar pela valorização de áreas de lazer já existentes. “Vamos aproveitar toda riqueza que nosso território oferece. Somos cercados de área verde, mas na realidade a população ainda desconhece esse patrimônio natural. O projeto vem justamente ao encontro dessa proposta. Queremos que os moradores usufruam destes espaços e, a partir disso, instiguem sua conscientização ambiental”, explica.

Segundo Pagliuca, a ideia de incentivar o turismo sustentável surgiu dos próprios servidores públicos que, juntos, sugeriram ideias para a programação da Pasta de Gestão Ambiental. O roteiro desenvolvido trabalha a riqueza de espaços, como é o caso do zoológico instalado no Parque Estoril, atividades na Represa Billings – uma das apostas do governo do Estado para combater a crise hídrica. “Aproximar as pessoas destes espaços fará com que cada morador também tenha ciência de sua responsabilidade de preservar e cultivar”, afirma.

Para iniciar o calendário, em 22 de março, data em que é celebrado o Dia Mundial da Água, alunos da rede municipal participarão de atividades voltadas ao tema. Está prevista a divulgação de vídeo na oportunidade.

Na mesma semana, no dia 25, será a vez de ciclistas desbravarem a chamada Rota do Capivari, na região do Riacho Grande. São 25 quilômetros de trilha numa área que abriga diversas espécies da fauna e flora da Mata Atlântica e conserva aspectos do modo de vida das regiões rurais, às margens da Represa Billings e ao lado do Parque Estadual da Serra do Mar. 

“É um espaço ainda desconhecido por muitos moradores, mas que tem vasta história. Lá se estabeleceram imigrantes de diversos países no século 19”, destaca Sonia Maria de Lima, diretora de Gestão Ambiental de São Bernardo.

No aniversário de 93 anos da Billings, no dia 27, a programação prevê seminário com especialistas no plenário da Câmara de São Bernardo. “A proposta é iniciar essas atividades mais educativas sobre nosso ecossistema. Com o tempo, ampliaremos as práticas turísticas, trazendo a população aos nossos espaços”, acredita Pagliuca.

Ainda estão previstos na programação passeios náuticos, roteiro de pesca, pedaladas, entre outras atividades. Todas com o objetivo de explorar as relíquias da região do Riacho Grande e da Represa Billings. “A natureza de São Bernardo é rica e vamos levar essa riqueza a cada um dos moradores para que todos possam preservar este espaço”, afirma o secretário.

Parque Estoril ganha destaque no projeto

Unidade de conservação que une a Mata Atlântica e a Represa Billings e abriga ainda o Zoológico Municipal e a Escola Livre de Sustentabilidade, o Parque Estoril terá papel fundamental dentro do projeto de turismo ecológico da Prefeitura de São Bernardo. 

A ideia é que o Estoril passe a fazer parte da grade curricular de instituições de ensino municipal de forma em que alunos usem o espaço como extensão da sala de aula. “Atualmente as escolas agendam as visitas, mas não é algo obrigatório. O objetivo é que, a partir de agora, isso mude e os alunos tenham o parque como verdadeiro laboratório”, explica Sonia Maria de Lima, diretora de Gestão Ambiental.

Atualmente, o Estoril conta com estrutura de pedalinho, stand up paddle e caiaques, trilhas para caminhada, viveiro-escola, jardim sensorial, área de piquenique, área de banho, estacionamento, lanchonetes, museu de arte ao ar livre, além de frequentes atividades de educação ambiental. 

Para impulsionar o turismo do local, que atualmente recebe cerca de 3.000 pessoas aos fins de semana, está previsto ainda para este ano o lançamento de passeio náutico. “A proposta é que o barco saia do Estoril e percorra trecho da Billings”, afirma Sonia. Ainda não há data definida para que a atividade seja iniciada.

ZOOLÓGICO

Com mais de 380 animais, de 239 espécies diferentes, o Zoológico Municipal, instalado nas dependências do Parque Estoril, é outro destaque da programação turística da cidade. “Atualmente recebemos muitas famílias da Zona Leste de São Paulo”, afirma Polianna Ramos de Moraes, gerente do parque.

Responsável por preservar animais de origem da Mata Atlântica da região, o espaço é referência no resgate e cuidados de animais feridos para, na sequência, devolvê-los à natureza. Em dezembro, foram mais de 300 atendimentos deste tipo. “Além de os moradores visitarem os animais, também conseguimos mostrar os riscos de atividades simples, como soltar pipa”, explica Polianna.

FUNCIONAMENTO

O Parque Estoril funciona de quarta-feira a domingo, das 9h às 17h. A entrada custa R$ 3. Quem é morador da cidade pode fazer, no próprio local, carteirinha que dá direito a gratuidade. Basta levar documento com foto, uma foto 3x4 e comprovante de residência. O estacionamento custa R$ 15 para carro de passeio e R$ 10 para moto. 




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