Procedimento obrigatório para todos os candidatos que desejam obter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria B (carro) há um ano, as aulas realizadas em simulador de direção tornaram-se etapa indispensável para futuros motoristas da região. Por proporcionar segurança aos novatos de direção, a tecnologia caiu nas graças dos candidatos.

A medida foi implantada em dezembro de 2015 por meio da resolução 543 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). A regra prevê a realização de ao menos cinco aulas no simulador para garantir segurança e tranquilidade aos condutores que desejam obter a primeira habilitação.

Exemplo ocorre com a estagiária de Direito Renata do Amaral, 24 anos. Após adiar por cinco anos o processo de obtenção da CNH, ela é uma das novatas que aprovaram as mudanças proporcionadas pela tecnologia educativa. “Nunca tinha pego um carro na minha vida. Se me perguntasse onde era o freio e o acelerador nem saberia te dizer. Com o simulador, tenho plena certeza de que meu exame prático será bem diferente do bicho de sete cabeças que imaginei”, avalia.

Antes vistas como custo extra e desnecessário para obtenção da CNH, as aulas no simulador de direção hoje já simbolizam investimento para futuros motoristas. “Optei por realizar oito aulas justamente para chegar mais bem preparado na rua”, relata o estudante Denis Caetano Brito, 19.

Segundo o proprietário do CFC Plaza, localizado em Santo André, Carlos Carvalho, o processo tem caído no gosto dos alunos e se consolidado ao longo dos últimos meses no Grande ABC. “O feedback que nós recebemos são positivos. Todos afirmam que as aulas (nos simuladores) têm ajudado para que as aulas práticas sejam mais tranquilas e seguras na rua.”

A resolução do Contran obriga a realização de, no mínimo, cinco horas/aula em simulador de direção, sendo uma delas reproduzindo a condução no período noturno. O processo deve ser realizado obrigatoriamente após a conclusão do curso teórico de 45 horas/aulas e antes da etapa da prova teórica.

No Grande ABC, a aula no simulador de direção tem apresentado variação de preço dependendo do município. O custo vai de R$ 25 (São Bernardo) a R$ 40 (Diadema e Mauá). Em Santo André e São Caetano, o preço é de R$ 30. A equipe do Diário não conseguiu contato com CFCs de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a introdução da tecnologia educativa, amparada em estudos científicos brasileiros da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e de instituições acadêmicas internacionais, é uma das mudanças adotadas nos últimos anos que visam melhorar o processo de formação dos novos condutores.

ALTERNATIVA

Tendo em vista o alto custo do simulador de direção, estimado em R$ 40 mil, CFCs da região têm optado por alugar o equipamento. Nesse caso, os centros de formação acabam repassando percentual, que varia de 50% a 70%, para o locador.