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Pacientes fazem fila por exames em UBS
Por Leonardo Santos
Especial para o Diário
24/10/2015 | 07:00
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Moradores do bairro Ferrazópolis, em São Bernardo, enfrentam dificuldades para fazer exames na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Paulo Meloni. O posto disponibilizava 35 vagas para testes de sangue e recolhimento de amostras de fezes e urina somente às segundas, quartas e sextas-feiras. A grande demanda de pacientes fez com que o número aumentasse recentemente para 41, o que não impede filas que começam por volta das 4h.

Há casos de pessoas que guardam lugar para parentes, como Maria Lopes, 59 anos e primeira da fila de ontem. “Meu sobrinho precisa fazer exame de sangue e como sei que a situação está complicada, resolvi madrugar.”

A equipe do Diário acompanhou o movimento na UBS, que abriu às 6h40, com 20 minutos de antecedência. Cerca de 20 pessoas estavam em frente ao posto quando as senhas começaram a ser distribuídas. Após o sobrinho finalizar o exame de sangue, dona Maria conta que ele quase não conseguiu realizar o procedimento. “Disseram-me que ele não poderia fazer porque não tínhamos marcado, sendo que foram eles que me aconselharam a vir mais cedo para evitar problemas.”

O frio era o que menos incomodava Vanyr Basbasq Mora, 65. No local desde às 5h, ela se surpreendeu com a falta de estrutura. “Vi pessoas que precisavam de ajuda voltando para casa.” Diabética, a moradora foi realizar exames de sangue e urina recomendados pela ginecologista. “Estou de jejum. Minha boca está seca e o estresse não ajuda.”

Apesar de conseguir entregar sua coleta, Maria Oliete Praxedes de Medeiros, 54, que chegou às 6h, não teve a mesma sorte na segunda-feira. “Rejeitaram meu exame porque peguei a senha de número 45.” Ela também destaca falha no atendimento da Ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde). “O número existe, mas ninguém atende.”

O gestor da UBS, João Lopes de Almeida, diz que falta compreensão. “As pessoas têm que entender que não adiantar colher o material e trazê-lo depois de dois meses. Se há problema mais sério, deve-se encaminhar para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, afirma. Procurada, a Prefeitura não se pronunciou até o fechamento desta edição. 




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