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Linhas de produção param 100 minutos por vítimas da Covid

Trabalhadores de montadoras e autopeças querem homenagear os quase 100 mil mortos; atos ocorrem em várias partes do País

Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
06/08/2020 | 23:30
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André Henriques/DGABC


As linhas de produção de montadoras e autopeças do Grande ABC ficarão paralisadas por 100 minutos, hoje, ao longo do dia. O ato é em homenagem às vítimas do novo coronavírus, que chegam próximo de 100 mil mortes. O manifesto é nacional e faz parte do grito ‘Fora, Bolsonaro – Dia de Luto, Dia de Luta’, organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), demais centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Companhias como Mercedes-Benz e Scania e as autopeças ZF e Rassini serão algumas que farão as ‘paradas internas’. Outra parte da categoria se une ao ato que será realizado em Santo André (Rua Coronel Oliveira Lima). Em Diadema também terá ato, às 7h, com concentração em frente a posto na Avenida Prestes Maia.

O ato é uma alternativa para não expor os colaboradores ao contágio pelo vírus e também para chamar a atenção quanto ao uso de máscaras, isolamento físico e cuidados com a higiene como formas de combater a Covid-19. “Este 7 de agosto, essa mobilização, é na verdade de muita tristeza. Jamais pensamos que um dia estaríamos mobilizando os trabalhadores para lembrar a morte de quase 100 mil pessoas, 100 mil brasileiros que se foram. É um tema triste, não gostaríamos de estar nos mobilizando por isso. Mas é preciso lembrar, chamar a atenção para o que está acontecendo no nosso País”, aponta Moisés Selerges, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O dirigente sindical cobra maior efetividade do governo no combate à pandemia. “Não queremos, de forma alguma, ter de realizar mais tarde outro ato por 200 mil mortes, o que é possível caso o governo não tome uma atitude de verdade. Falta seriedade do governo para discutir e enfrentar essa situação, seriedade diante daquilo que é mais caro, mais importante, que é a vida.”

Na Praça da Sé, Capital, haverá ato presencial, com dirigentes de sindicatos e centrais, mas apenas com representantes para evitar aglomeração.

Segundo a secretária-geral da CUT, Carmen Foro, a movimentação nacional deve denunciar o descaso do governo federal no combate ao novo coronavírus e o recorde de desempregados no País. “Temos de gritar que este governo não pode mais continuar no poder, por nossos direitos e por nossas vidas. E como não podemos fazer grandes atos de rua, como estamos acostumados, iremos fazer mobilizações de forma simbólica, que poderão nos ajudar a consolidar um forte processo de mobilização e denúncia, porque ter 100 mil mortes é uma verdadeira tragédia, e este governo (federal) é um genocida.” Em Maceió (Alagoas) e Goiânia (Goiás), por exemplo, 100 cruzes serão colocadas em pontos de grande circulação, 100 faixas em Salvador (Bahia) e 100 balões em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), entre outras ações.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não sabe precisar quantos colaboradores farão parte do ato, já que muitos ainda continuam em casa devido à pandemia e retomada gradual. No entanto, a base é composta por 66,8 mil funcionários.  




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