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Quando se prova do próprio veneno
Por Beto Silva
15/03/2016 | 07:00
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A declaração é forte. Contundente. Tem carga emocional. Uma aula de quem vivenciou os piores momentos da ditadura. De quem brigou pela volta da democracia. De quem tem bagagem política diferenciada. De quem sabe separar o joio do trigo. De quem luta por um País melhor. De quem é contra a corrupção. De quem abomina o malfeito público. A mensagem: “O que foi gratificante para mim, foi saber que aquilo que nós tínhamos denunciado durante a campanha (presidencial de 1989) foi provado três anos depois (com a queda de Fernando Collor de Mello da Presidência por irregularidades). Tudo aquilo que aconteceu nós denunciávamos durante a campanha. Não apenas nós, mas uma parte da imprensa denunciava, intelectuais denunciavam, artistas denunciavam, todo mundo sabia. Porque o passado político do Collor é um passado tenebroso. Agora, é uma pena que precisou três anos para provar. Mas foi uma coisa importante o povo brasileiro, pela primeira vez na América Latina... o povo brasileiro deu demonstração de que é possível o mesmo povo que elege um político destituir esse político. Eu peço a Deus que nunca mais o povo brasileiro esqueça essa lição”. A frase é de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1996, para um programa de televisão. Parece que o povo não esqueceu mesmo e a jararaca está provando do próprio veneno.

Bastidores

Decepção futebolística
Liberado na íntegra o depoimento coercitivo de Lula à Polícia Federal, dia 4. Ao abordar sobre o caseiro do sítio de Atibaia, um diálogo inusitado transcorreu entre o delegado e o ex-presidente.

– Delegado da Polícia Federal: O nome do caseiro?
– Declarante (Lula): (incompreensível)
– Delegado da Polícia Federal: Pode ser. Maradona.
– Declarante (Lula): Até pensei que ele jogava de meia-esquerda, o filho da p... jogava de lateral-direito.

De boca cheia
Em outro trecho, o petista quer continuar a prestar esclarecimentos mesmo durante a pausa para comer lanche.
– Declarante (Lula): Se quiser continuar, pode continuar, eu sei falar de boca cheia.
– Delegado da Polícia Federal: Não, não, eu só não quero atrapalhar o seu café.
– Declarante (Lula): Na fábrica a gente trabalhava em horário corrido, você tinha meia hora para comer, então era uma desgraça, você comia falando, então...
– Defesa (advogado de Lula): Quem tirou tanta gente da miséria tem direito a comer também.
– Delegado da Polícia Federal: É verdade.

Mudos
O evento era sobre ações de combate à dengue. Mas nem sobre esse assunto a secretária de Saúde de São Bernardo, Odete Gialdi, dá declarações ao Diário. Aliás, a prática de não falar com a equipe do jornal é corriqueira. A titular de Orçamento e primeira-dama, Nilza de Oliveira (PT), e o de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), adotam a mesma estratégia. Primeiramente, é um desserviço à sociedade, que fica sem saber dos projetos e ações da administração. E, mais adiante, é um dos pontos pelos quais Tarcisio não decola nas pesquisas eleitorais na corrida pelo Paço – é o candidato do governo a prefeito –, já que ignora a imprensa, um dos canais naturais e espontâneos de comunicação com a população.

Causa animal
A ativista Luisa Mell esteve ontem com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o presidente da Câmara, José Luís Ferrarezi (PT). “Ficou acordado que farão um levantamento de quantos animais trabalham na cidade (cavalos, burros, mulas e jegues) para procurarmos locais para onde serão encaminhados (santuários)”, disse ela, que sugere substituição da tração animal por carroças ‘cavalo de lata’. Os mais maldosos disseram que os políticos da cidade podem ficar tranquilos, pois o censo não passará por eles. 




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