Líder de governo na Câmara de Ribeirão pediu que decisão sobre terreno da Fábrica de Sal seja na próxima semana
A votação do projeto de lei que prevê a construção de shopping no terreno da antiga Fábrica de Sal, em Ribeirão Pires, foi adiada novamente pela Câmara. Apesar de estar na ordem do dia, o vereador e líder de governo, Hércules Giarola (PR), pediu que o texto fosse votado na próxima semana.
“Até quarta-feira será tomada uma decisão para saber se o projeto vai ser votado assim ou se terá alguma emenda. Vamos conversar com o jurídico e o Executivo. Porém, o projeto está bem calçado e nenhuma intervenção será feita no patrimônio histórico, até mesmo por conta do estudo que está sendo realizado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico)”, afirmou o vereador.
Além desse motivo, ele também afirmou que o projeto não seria aprovado. “O shopping salva esse terreno, que está contaminado justamente pela produção do sal. Além disso, vai gerar empregos e crescimento para que a cidade não se torne apenas dormitório. Muitos vereadores não entendem isso”, disse.
A sessão, que não teve a presença do presidente da Câmara, José Nelson de Barros (PSD), por causa de problemas de saúde, registrou mais uma vez a indignação da população e de movimentos sociais contra o projeto do prefeito Saulo Benevides (PMDB).
O integrante do coletivo Sal da Terra, que realiza ocupações culturais na fábrica aos fins de semana, João Paulo da Silva utilizou a tribuna. “No texto não há nenhuma indicação sobre como vai ser feita essa preservação nem mesmo sobre a reconstrução da escola que funciona no local. Peço que os vereadores reflitam sobre o tipo de entretenimento que o shopping oferece, que é só para quem pode pagar.”
INTERDIÇÃO
Interditado pela Defesa Civil sábado, o prédio histórico não tem previsão de ser reaberto. De acordo com o órgão, isso só deve ser feito até que a administração ou outra entidade forneça documento se responsabilizando pelo espaço, “relatando, com profissional capacitado, que o local não representa risco às pessoas que lá venham a frequentar”, afirmou o comandante da Defesa Civil de Ribeirão Pires, Miguel Luis, em nota.
O coletivo Sal da Terra, união de diversos movimentos sociais, realizava aula aberta de forró no local no sábado. O vereador Renato Foresto (PT) estava na fábrica no momento em que a Defesa Civil chegou, acompanhada da GCM (Guarda Civil Municipal). “O comandante da Defesa Civil disse que recebeu uma denúncia de que estava acontecendo uma festa noturna. O pessoal do coletivo começou a argumentar e ele falou para a GCM que se o grupo não saísse do local, teria que ser retirado à força. Falei que o primeiro teria que ser eu, ele pediu mil desculpas, disse que não era isso e falou para a gente entender que tinha um laudo técnico da Defesa Civil. Porém, vamos procurar outros técnicos para questionar esse documento.”
A Defesa Civil afirmou que recebeu denúncia de que pessoas estariam realizando ligações de energia e mexendo na estrutura da fábrica. O órgão também disse que, devido às condições precárias, sugeriu a demolição à administração anteriormente para garantir a segurança da população.
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