Política Titulo No Grande ABC
Pela 1ª vez, PT cogita não lançar candidatos a prefeito na região

Em recado a S.Caetano, presidente estadual da sigla, Emidio de Souza, fala em estratégia, e que aliados devem ser priorizados em territórios desfavoráveis

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
19/07/2015 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Presidente do PT paulista, Emidio de Souza admitiu ontem que a sigla pode, pela primeira vez em sua história, preterir o papel de protagonista em algumas cidades do Grande ABC, ao não lançar candidatos a prefeito, na eleição de 2016. O recado foi ao diretório de São Caetano, que vive impasse quanto a projeto político.

Sem tradição na cidade – nunca venceu candidatura ao Executivo –, parte do PT são-caetanense iniciou defesa em torno do ex-sindicalista Jair Meneguelli para encabeçar chapa. Filiado histórico e que foi derrotado no pleito de 2000, Meneguelli não é consenso entre os petistas. Alguns falam abertamente sobre apoio à reeleição do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). O cenário é de incertezas, já que comenta-se que Pinheiro não vê com bons olhos essa união por conta da rejeição sofrida pela sigla no município.

Para Emidio, o PT “precisa pensar estrategicamente” em cada cidade. “Pode ser que em algumas cidades da região não tenhamos candidato. O PT tem aliados e há lugares em que eles podem estar melhor posicionados do que nós. Isso é um assunto para o primeiro semestre do ano que vem”, comentou.

Emidio esteve ontem em atividades de panfletagem no Calçadão da Oliveira Lima, em Santo André, ao lado do prefeito Carlos Grana (PT). O ato foi marcado por pouco prestígio junto à população, além da pequena presença de militantes. Vinte pessoas acompanharam Emidio entregando jornal do PT no maior centro comercial andreense.


DIADEMA
Para o líder petista, o ex-prefeito de Diadema e secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior, tem de ser o nome do partido no pleito eleitoral. Emidio disse que trabalha Filippi encabeçar chapa, avaliando que sua convocação à CPI da Petrobras por suposto envolvimento em corrupção na campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, quando era tesoureiro, “não irá atrapalhar”.

“O Filippi é a principal liderança que temos na cidade. Contra ele foram feitas acusações sem qualquer prova. A bola está mais com ele do que conosco”, opinou Emidio. Filippi foi prefeito três vezes de Diadema, mas avisou o diretório municipal que não quer buscar quarto mandato.

Sobre as demais cidades, o líder petista falou em otimismo quanto às reeleições de Grana e do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT). E em São Bernardo, Emidio diz “ter confiança” na condução do prefeito Luiz Marinho (PT), que definirá entre o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (favorito), e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira para a disputa da sucessão.

Petista critica postura de Cunha e quer Lula para 2018

O presidente do PT em São Paulo, Emidio Souza, atacou o posicionamento adotado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Acusado de cobrar propina em delação feita pelo lobista Julio Camargo, durante investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Cunha anunciou rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), além de anunciar a abertura de mais duas CPIs: a do BNDES e a dos Fundos de Pensão.

Para Emidio, o comportamento do peemedebista não condiz com de uma figura pública, além de destacar que não vê o PMDB o apoiando nesta empreitada. “As primeiras manifestações mostram que ele não tem apoio nem de seu próprio partido. Ele tomou uma posição individual. Acho que o País sabe separar. O Eduardo foi acusado por um delator e a resposta, ao invés de justificar ou se defender, é ameaçar o governo. Ele age com vingança, que não é um sentimento que deve presidir ações de instituições como Legislativo e Executivo”, discorreu.


VOLTA LULA
O dirigente petista escancarou seu entusiasmo ao falar que defende a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no pleito presidencial de 2018, reforçando falas de outras lideranças da sigla. “O presidente Lula só não será candidato em 2018 se não quiser”, enfatizou.

Emidio assegurou que a força de Lula é ainda muito significativa no cenário político do País, e que isso preocupa a oposição. “A oposição que quer abreviar o mandato de Dilma, Para justamente atacar o Lula e minar a capacidade de sua volta em 2018”, disse. 




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