Economia Titulo Crise
Crise chega ao mercado imobiliário

O segmento da construção civil do Grande ABC já sente efeitos da crise que abala mercados de todo o mundo

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/10/2008 | 07:01
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O segmento da construção civil do Grande ABC já sente os efeitos da crise financeira que abala mercados de todo o mundo. Hoje, incorporadoras já admitem que os lançamentos de imóveis irão diminuir. Nos plantões de venda, outro reflexo: baixou o número de interessados em adquirir novas casas e apartamentos. A liberação de crédito está mais criteriosa. A principal razão das mudanças é a cautela de todos os lados.

"Não sabemos ainda qual será o tamanho da crise. É difícil fazer projeções e falar em números. Porém, até recuperarmos os estragos dos últimos dias, já prevemos uma queda na compra e construção de imóveis. Para os contratos de compra que já estão em andamento, acredito que não haverá mudanças", afirma o diretor da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Paulo Piagentini. "Nossa expectativa de crescimento para lançamentos inicialmente era de 10% este ano, comparado com 2007, mas agora com a crise, não sabemos mais se vamos ou não alcançar a meta", reforça Rosana Carnevalli, menbro da diretoria da regional do SindusCon-SP.

Membro do Conselho Regional de Economia, Roberto Troster explica que três fatores são responsáveis pela queda de financiamento e lançamento: primeiro está a insegurança dos consumidores, que não querem mais assumir compromissos financeiros a longo prazo. Em segundo está a desacelaração quanto a concessão de crédito e em terceiro e elevação das taxas de juros. "Vai haver uma redução do desempenho no setor imobiliário, mas não há como arriscar e falar em números, o mercado é volátil."

ENTENDA  - Com a sensibilidade dos principais bancos norte-americanos e europeus, as instituições financeiras nacionais tendem a evitar a concessão de crédito, uma vez que realizam suas captações no exterior e no mercado financeiro, que também está fragilizado. Para garantir que os financiamentos serão honrados, as instituições aumentam as taxas de juros, desencorajando o consumidor.

"Não tem mais jeito, o Brasil também está na crise. E como reflexo disso é evidente que já está havendo restrição de crédito pelas instituições bancárias. O financiamento, seja de carro ou residência, ficará mais caro, pelo simples fato de faltar dinheiro no mercado", explica o coordenador do Observatório Econômico da Prefeitura de Santo André, Antônio Carlos Schifino.

Quanto ao consumidor, Schifino faz um alerta. "Como não sabemos até quando vai a crise, o momento é de aguardar. Evitar fazer dívidas, parcelamentos é a melhor coisa. Comprar uma casa, um carro, ou qualquer outro bem só com o dinheiro na mão."




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