Política Titulo São Caetano
Observatório cobra apuração de falhas no governo Tite

Associação intensifica fiscalização na gestão interina em S.Caetano com críticas à falta de transparência

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/09/2021 | 00:01
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Nario Barbosa/ DGABC


O Observatório Social de São Caetano tem intensificado ações no sentido de buscar transparência e lisura do governo do prefeito interino Tite Campanella (Cidadania), além de cobrar da administração aprimoramento dos mecanismos de investigação de série de denúncias que recai sobre a gestão.

Desde janeiro, perto de dez ações do grupo foram formalizadas para apuração de suspeitas de irregularidades no mandato tampão de Tite. O movimento também mirou acordos em trâmite na Câmara de São Caetano e em autarquias municipais.

Conforme o observatório, as principais dificuldades são referentes ao acesso à informação do Palácio da Cerâmica – quando há os informes, eles ficam escondidos no portal ou praticamente codificados, dificultando a interpretação pública das ações do Paço. A associação tenta pedir dados ao governo e recomenda retificações em itens que possam ensejar em mau uso do dinheiro público, mas costuma ser ignorada pelo poder público.

O grupo trabalha em três frentes principais. A primeira é o protocolo de providências em editais com alguma suspeita. Caso não haja resposta, o observatório ingressa com pedido formal de impugnação do certame. Se mesmo assim não houver resultado, há o acionamento do Ministério Público.

“O observatório é associação totalmente apartidária, sem fins lucrativos, cujo escopo é monitorar a má gestão pública, muitas vezes pelas análises das licitações. Nosso trabalho é ver o dinheiro do cidadão de São Caetano bem utilizado”, pontuou Renato Alisson de Souza, coordenador da entidade.

Nas últimas semanas, o Diário tem mostrado polêmicas envolvendo o governo interino de Tite, como a manutenção do irmão do prefeito tampão, Adauto Campanella (PSDB), como funcionário comissionado no Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental), e da ex-mulher do político Marie Claire Markesz como servidora da FUABC (Fundação do ABC) no contrato de São Caetano. Há também as suspeitas na licitação para compra de plantas ornamentais, na ordem de R$ 4 milhões, por parte do Saesa.

O trabalho do observatório teve início em 2017 e gerou muito ruído nos bastidores, até por êxitos em paralisações de alguns certames. A atuação começou com Mário Bohm como presidente – Bohm se desligou da entidade quando manifestou interesse político-eleitoral e foi candidato a prefeito em 2020 pelo Novo. Até o ano passado, o órgão era dirigido por Marcos Nieto. 




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