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Câmara frita secretário da Educação de São Caetano

Oposição concentra críticas a Fabrício Coutinho e tem até pedido de renúncia; Tite rechaça saída

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/08/2021 | 00:51
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Nario Barbosa/ DGABC


A bancada de oposição na Câmara de São Caetano, em que pese seja minoria na casa, iniciou processo de fritura do secretário municipal de Educação, Fabrício Coutinho, que exerce a função há dois anos. O movimento ficou evidente na última sessão diante da concentração da artilharia ao titular, incluindo pedido de renúncia encampado pelo vereador Jander Lira (DEM), e margem estreita de defesa da base governista. O prefeito Tite Campanella (Cidadania) rechaça, contudo, que haja conversa por saída.

Fabrício ocupa o cargo no alto escalão desde 2019, ainda durante o governo José Auricchio Júnior (PSDB), justamente após desgaste da antecessora Janice Paulino César. Tendo como palco o plenário do Legislativo, logo na volta pós-recesso parlamentar, as críticas ao secretário foram desde a condução na retomada das aulas escolares na cidade e falta de transparência da pasta quanto ao não retorno de algumas faixas etárias na rede (crianças de 1 e 2 anos) à considerada má gestão nas tratativas em torno da eventual concessão de abono salarial aos profissionais da Educação – prática comum no Paço, mas com restrições devido à legislação federal sobre calamidade pública.

“Está uma bagunça a pasta de Educação. Pais não sabem quando vão retornar seus filhos. Ficam aguardando informações, só que não tem informações, não tem formalização por parte da secretaria, estão perdidos. Não tem previsão. Estado delegou aos municípios esse gerenciamento da volta. São Caetano está muito atrás dos demais municípios. Integral voltou meio período. (A pasta) Está sem comando, pulso. Precisa tomar puxão de orelha para começar a formalizar (às ações) e dar suporte a isso”, cobrou o vereador César Oliva (PSD). Fábio Soares (PSDB) alegou que na edição de amanhã do Diário Oficial serão publicados todos os dados em relação ao procedimento geral de retorno.

Jander foi mais incisivo nos ataques a Fabrício. O democrata condenou o que chamou de ausência de planejamento no setor. “A secretaria hoje está ao sabor dos ventos. Problema é pura falta de planejamento. Ele está feito biruta de aeroporto. Se não tem capacidade, condição, renuncie”, disse o parlamentar, entoando coro, por mais de uma vez, pelo ingresso da vereadora Magali Selva Pinto (Cidadania) no comando da Educação, coincidentemente, correligionária de Tite e que geriu a pasta nos mandatos anteriores de Auricchio. “Volta, Magali, para ser secretária.”

Líder do governo na casa, Gilberto Costa (Avante) ponderou que as medidas na Educação estão sendo adotadas com cautela, de forma gradual, em decorrência do período de crise sanitária. “As melhorias são atos contínuos. Acho grande erro trazer todos os problemas e jogar em cima da Educação. À medida em que vamos vencendo a pandemia, cidade vai avançar. É preciso ter serenidade. É isso que a secretaria está tendo, na condução do Fabrício.”

“(Profissionais) Já estão há sete meses com atraso (no abono), que varia de R$ 250 a R$ 1.000. Precisa entender que (o valor) complementa, e muito, o salário dos educadores. São Caetano tem o menor piso da região”, pontuou Bruna Biondi (Psol). 




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