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Manobra em São Caetano blinda Adriana e Fundação do ABC

Presidente de comissão criada na Câmara para apurar gastos diz que prioridade da cidade é outra

Júnior Carvalho
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/04/2021 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Aprovada na semana passada para fiscalizar gastos da Prefeitura de São Caetano com a FUABC (Fundação do ABC), a comissão especial na Câmara de São Caetano está estacionada, em manobra governista para blindar a direção da entidade, atualmente liderada por Adriana Berringer Stephan.

Presidente da comissão, Marcel Munhoz (Cidadania) declarou que, por ora, não há data definida para o início das investigações e que o município tem outras prioridades. A posição explicita movimento dos situacionistas para amainar suspeitas com as despesas feitas pela FUABC, em especial durante a pandemia de Covid-19, já que contratos sem licitação podem ser firmados diante do estado de calamidade decretado.

Na sessão da semana passada, o presidente do Legislativo são-caetanense, Pio Mielo (PSDB), instaurou comissão interna de acompanhamento dos contratos da cidade junto à FUABC. A iniciativa foi tomada depois de o oposicionista César Oliva (PSD) apresentar requerimento, na semana anterior, questionando diversos acordos firmados pela FUABC e cogitar ao Diário defender a abertura de CPI sobre o caso.

Curiosamente, Munhoz idealizou pedido de abertura de comissão e foi nomeado presidente do colegiado. De quebra, a casa ainda designou outro governista para compor o grupo: Marcos Fontes (PSDB).

Uma semana depois da instauração da comissão, porém, nada avançou. Na sessão de ontem, inclusive, Oliva defendeu que o trio faça visita técnica à FUABC na próxima semana, fato descartado por Munhoz. “Ele falou (sobre promover diligência), mas nada foi conversado. Acho que antes de fazermos uma visita, temos de nos reunir para definir como serão os trabalhos”, analisou Munhoz, ao citar que ainda não é o momento para a casa mergulhar nas investigações. “Ainda não temos previsão e não sei quando podemos (realizar a primeira reunião). Eu penso que a gente deveria esperar passar essa turbulência e priorizar na vacinação das pessoas”, defendeu o governista, em referência ao impasse envolvendo a validade dos votos do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) – Tite Campanella (Cidadania) administra a cidade desde o dia 1º de janeiro – e o combate à Covid-19.

Oliva, por sua vez, evitou falar em blindagem governista, mas avisou que vai cobrar o início dos trabalhos. “Eu ainda não posso falar em blindagem, mas eu espero que o fato de a comissão ter dois governistas não seja empecilho para que a comissão tome as ações devidas”, disse. “A gente não quer caça às bruxas. Acho importante a gente ir até lá para abrir um canal de fiscalização e comunicação, conhecer os servidores que cuidam dos contratos de São Caetano.”

Nos bastidores, contudo, o sentimento é o de que os governistas assumiram a liderança da pauta para neutralizar desgastes a Adriana.  




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