Cansados de aguardar uma definição municipal, cerca de 150 moradores da favela Gamboa, localizada no Parque Central, em Santo André, participaram, na manhã de domingo, de uma passeata. A parada final foi no condomínio onde mora o prefeito João Avamileno, no Jardim Estela. Os moradores questionam a demora na transferência para moradias no Jardim Alzira Franco. A negociação com a Prefeitura se estende desde 1997. Entretanto, Avamileno afirmou que depende da assinatura da segunda fase do programa de urbanização financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

A manifestação acordou o prefeito e seus vizinhos. Também houve reclamações quanto às condições das atuais moradias. Os barracos da favela Gamboa ficam embaixo de torres de alta tensão da Eletropaulo. Para reforçar a urgência do pedido, a população carregou faixas que diziam: Quero morar sem rato, sem esgoto, sem mau cheiro e sem milhões de volts na cabeça, Quer ser reeleito? Os moradores da Gamboa também são eleitores e Faça como o Lula, cobre dos seus secretários mais empenho.

As manifestações foram rebatidas pelo prefeito, que atendeu prontamente. Segundo Avamileno, a equipe de governo está empenhada na transferência dos moradores, mas ele preferiu não estipular um prazo. “Depende de incentivos federais. Estamos trabalhando nisso aos poucos, afinal, é uma coisa que demanda tempo. Queremos fazer com o Gamboa o que já fizemos com o Quilombo II, Sacadura Cabral e Capuava.” Com a verba do BID, será a vez das favelas Gamboa e Capuava Unida serem urbanizadas.

Avamileno disse reconhecer que nos seis anos do governo PT em Santo André, apenas 25% das favelas foram urbanizadas, mas afirmou que a melhoria da qualidade de vida do Gamboa integra o orçamento participativo há três anos. Nesta segunda-feira, Avamileno vai para Brasília e aproveitará para cobrar a assinatura do BID. Até o fim dessa semana, os moradores do Gamboa deverão conhecer o resultado da conversa de Avamileno com o governo federal.