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Sem-teto de Diadema fazem manifestação na capital
Por Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
31/07/2003 | 00:25
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Além da invasão do terreno de São Bernardo, mais pessoas do Grande ABC entraram no cenário nacional de invasões. Liderados pelo ex-vereador Manoel Boni, cerca de 200 famílias de Diadema aderiram ao Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) e ficaram acampados desde segunda-feira em frente ao prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) até esta quarta-feira à noite, quando houve um acordo com os manifestantes de São Paulo e os acampados de Diadema voltaram para casa de mãos abanando.

A maioria das pessoas que acamparam até quarta-feira à noite em frente à CDHU saiu do Hotel Danúbio, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, na capital – abrigo do grupo por uma semana. Os moradores de Diadema, que são em sua maioria dos bairros Eldorado e Serraria, foram para o local na segunda-feira como forma de garantir sua inclusão em futuros programas habitacionais.

De acordo com Boni, coordenador da Associação Oeste de Diadema, o município tem mais de duas mil famílias sem habitação ou que moram em locais precários. "Aqui estamos revezando em 200 famílias, mas temos um cadastro com mais de dois mil. Há três anos estamos aguardando solução e como atualmente não conseguimos nem ser recebidos para reunião, resolvemos aderir ao movimento dos companheiros do MSTC e acampar com eles."

Entre os moradores de Diadema que foram para São Paulo, o cabista José Carlos Rodrigues, 43 anos, foi para a capital pensando em garantir uma moradia. "Moro em uma casa com mais três pessoas e como estou desempregado não tenho condições nem de pagar aluguel de R$ 50, então resolvi acampar aqui com o pessoal de São Paulo para lutar para moradia por todos."

Várias mulheres e crianças foram de Diadema até São Paulo para acampar em frente ao prédio da CDHU, que fica na avenida Nove de Julho, no Itaim Bibi. Na quarta-feira pela manhã, os manifestantes impediram a entrada dos trabalhadores no prédio.

À noite, com a promessa de uma reunião nesta quinta-feira, os manifestantes de São Paulo aceitaram a transferência para um alojamento provisório na zona Lesta da cidade. Os moradores de Diadema, porém, voltaram para casa da mesma forma como foram, ou seja, sem promessa ou acordo para solucionar sua situação. Foram, ao que parece, apenas colaborar com a manifestação do MSTC.

Os manifestantes aceitaram sair porque iriam para um alojamento provisório para as 415 famílias que estavam acampadas no local, segundo a coordenadora-geral do MSTC, Ivaneti de Araújo.




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