Política Titulo Tancão da Morte
Santo André estima reabrir Parque Guaraciaba em abril

Após vistoria no local, prefeito Paulo Serra aguarda aprovação do MP para iniciar obras até outubro

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
19/08/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


 Em tratativas com o Ministério Público, o governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), estabeleceu prazo de entrega da primeira fase de obras para reabertura do Parque Guaraciaba em abril de 2020, mês de aniversário da cidade e período limite para marcar presença em inaugurações – seis meses antes do pleito. Posteriormente, pode haver lançamentos por parte da administração, mas não é permitida a participação dos candidatos, regra estipulada para evitar uso político da situação. Após realizar vistoria no local na semana passada, a proposta do Paço, que envolve a revitalização do espaço – hoje desativado –, foi encaminhada à Promotoria para análise do texto.

A gestão tucana reservou R$ 8 milhões de recursos próprios para providenciar a etapa inicial – no total, o valor atinge R$ 12 milhões. “Verificamos no local que o conceito do projeto construído e já aprovado no Comugesan (Conselho Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental de Santo André) cabe perfeitamente para o prazo de implantação e orçamento que temos à disposição para iniciar e entregar, ao menos, uma fase importante do parque. É espaço que foi pensado, conceituado, para ter apelo sustentável”, afirmou Paulo Serra. “A perspectiva é inaugurar a obra em abril, e começar as intervenções até outubro, contando com o prazo do MP, o que não deve ultrapassar o mês de setembro.”

O cronograma de intervenções já foi alterado em algumas ocasiões devido a ajustes junto ao órgão. Existe TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em andamento, com prazo já esgotado. A repaginação do parque, situado na Vila Guaraciaba, integra o plano para tentar resolver o imbróglio do denominado ‘Tancão da Morte’ – a portaria principal, na Avenida Valentim Magalhães, está fechada desde 2004, quando o MP requereu a lacração definitiva depois de novas mortes no lago artificial. Ao menos 38 crianças e jovens já foram vítimas. A determinação não impediu outros acidentes. No último registro, datado de 2014, cinco adolescentes morreram afogados. 

O projeto em avaliação prevê pista de caminhada, ciclovia, quadra, campo sintético, área de mirante e espaço para shows. O prefeito frisou que “são intervenções de fácil implementação”, sem grandes obras de construção civil. A promotoria espera apenas justificativas do atraso. O prazo foi estendido para adequação do modelo que possa ajustar ao cumprimento da decisão judicial. Em relação ao principal entrave do espaço, o tucano reiterou ter descartado ideia de outros governos de aterrar o lago. Sugeriu espécie de cerca viva. “No contorno do lago, nós iremos criar barreira natural com vegetação, para que seja menos acessível para evitar (incidentes).”

Equipe do Diário compareceu ao local do lago, onde ficam agentes da GCM (Guarda Civil Municipal). Paulo Serra reforçou que o próprio movimento do parque aberto, diante de fiscalização adicional, deve minimizar a questão do nado. “No Parque Central temos um lago que também possui 20 metros de profundidade, e ninguém mergulha, porque frequência, vigia e monitoramento restringem.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;