Memória Titulo
Um ferroviário português em Paranapiacaba

Há 130 anos, nesta data, Joaquim Moreira nascia em Portugal

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
27/04/2009 | 00:00
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Há 130 anos, nesta data, Joaquim Moreira nascia em Portugal e há pouco mais de um século mudou-se para o Brasil, e para a nossa Vila de Paranapiacaba. Aqui arranjou emprego na Estrada de Ferro São Paulo Railway, conheceu a família Rocha, casou-se com a menina-moça Rosalina - de 15 anos completos - e construiu toda uma vida de muito trabalho em que havia tempo de cuidar de hortas e jardins.

Na ferrovia, Joaquim Moreira fazia parte da Turma da Conserva, responsável pela manutenção das linhas, tanto na Vila como na descida da Serra do Mar, com seu complexo de viadutos, túneis e patamares que necessitavam de cuidados permanentes.

Então foi assim: Joaquim Moreira, ferroviário e jardineiro; Rosalina Rocha Moreira, parteira, ela que foi apresentada pela coluna na data do seu aniversário, no dia 20.

Quem está zelando pela história e memória do casal Rosalina e Joaquim é a sua neta, Maria Valderez Francisco Cabrera, hoje residente em São Bernardo.

LINHA DO TEMPO
1879 (27 de abril) - O nascimento de Joaquim Moreira em Portugal.
1894 (20 de abril) - O nascimento de Rosalina Rocha, em Paranapiacaba.
1908 - Joaquim Moreira chega a Paranapiacaba. Conhece os pais da pequena Rosalina. Ganha a confiança da família.
1909 (19 de junho) - Joaquim e Rosalina casam-se na igreja de Bom Jesus de Paranapiacaba.
1959 (19 de junho) - O casal celebra suas Boas de Ouro, já residindo em Santo André.
1959 (19 de setembro) - Falece Joaquim Moreira.
1968 (2 de maio) - Falece Rosalina Rocha Moreira.

O casal teve seis filhos. Júlio Moreira, o mais velho, formou-se em marcenaria e tornou-se um mestre do ofício. Foi marceneiro-professor no Senai de Paranapiacaba e outras unidades e também no Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo.

Joaquim Filho e Waldemar Moreira seguiram a profissão do pai: fizeram carreira como ferroviários.

Emília e Esther cuidaram da família, trabalhando em casa. A caçula Maria Moreira Francisco trabalhou no hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência, em Santo André, aposentando-se no Hospital e Maternidade Mauá.

Os seis irmãos são falecidos. De Rosalina e Joaquim Moreira restam cinco netos, além da quarta e quinta gerações. Da família não há mais ninguém residindo em Paranapiacaba.

LEMBRANÇAS
Valderez, a memorialista da família, saiu de Paranapiacaba quando tinha 3 anos. Mas havia muitos parentes ainda na vila ferroviária, o que a levou muitas vezes ao lugar. Por isso guarda várias lembranças: do Viradouro, do pau da missa ainda frondoso - onde eram afixados os avisos paroquiais - dos apitos dos trens que eram ouvidos de todas as partes, da cerração e do cheiro exalado pelas composições.

O avô Joaquim foi um católico fervoroso. Pertenceu à irmandade do Bom Jesus. Quando mudou da parte baixa para o morro, foi residir ao lado da igreja. Participava dos ofícios, das procissões e das festas: arrecadava prendas para o leilão, por exemplo, num tempo em que no pátio da igreja eram leiloados leitões, galinhas, abóboras e outras mercadorias.

Na mudança para Santo André, Joaquim e Rosalina moraram em três casas diferentes, das ruas Javaés, Antonio Bastos e Venezuela. Em todas elas, Joaquim Moreira preocupava-se em organizar jardins e hortas, além de atender pedidos de terceiros para trabalhos de jardinagem.

UM CLUBE
A família frequentava o Flor da Serra, na parte alta de Paranapiacaba, com suas sessões de cinema, teatro e bailes. Waldemar Moreira foi o esportista da família: defendeu as cores futebolísticas do Serrano, clube mantido pela comunidade ferroviária de Paranapiacaba.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sexta-feira, 27 de abril de 1979

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1964 - Cooperativa da Rhodia inaugura a sua terceira loja, na Rua 11 de Junho, 470, em Santo André.

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SANTOS DO DIA
João (abade), Tertuliano e Zita.

Zita era italiana. Nasceu em 1218 em Monsagrati, perto de Lucca. Durante 60 anos trabalhou na casa da família Fatinelli. Distribuía o pouco que tinha aos necessitados. Pio XII proclamou-a Padroeira das Empregadas Domésticas do Mundo Inteiro. 




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