Enquanto o Estado de São Paulo viu o número de casos de dengue aumentar em quase oito vezes em um ano, de 5.433 em 2005 para 43.407 em 2006, o Grande ABC continua livre da doença. Desde 2004, o número de casos registrados na região é quase nulo.

Neste ano, foram apenas seis casos – três em Diadema e três em São Bernardo. Em 2004, foram 55 registros – 43 em Diadema, nove em São Bernardo e três em Santo André. No passado, apenas um caso São Bernardo.

Para Carlos Magno Fortaleza, coordenador do Controle de Doenças do Estado de São Paulo, o trabalho desenvolvido na região é muito satisfatório. “A população entendeu a necessidade de se previnir. Agora, precisa ficar atenta para o mosquito não voltar.”

Segundo Fortaleza, como a região está imune há muito tempo, caso o mosquito transmissor, o aedes aegypti, volte, poderá causar uma epidemia explosiva. “Existem quatro tipos de vírus transmitidos pelo mosquito. Como não há casos na região, também não há imunidade”, alerta. “Uma vez que a pessoa teve dengue, não pode mais ser infectada pelo mesmo vírus”, esclarece.

Fortaleza explica que três fatores contribuíram para o crescimento da doença no Estado. Clima quente e chuvoso, condição ideal para o mosquito se reproduzir; desmobilização da população. “Nós viemos de dois anos com números baixos. Isso fez com que as pessoas deixassem a prevenção de lado.”; e introdução do mosquito em áreas com populações suscetíveis, ou seja, que não possuíam imunidade a um determinado tipo de vírus.

O aumento fez com que a Secretaria de Estado da Saúde organizasse uma semana de combate à dengue, a maior ação já feita até hoje em São Paulo, com início nesta segunda-feira.

Na região, os técnicos de saúde vão visitar locais públicos e residências. “A orientação é que a população colabore abrindo as portas de suas casas para os técnicos, que podem identificar focos do mosquito”, diz Fortaleza.