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Reforma no prédio do Paço já custou R$ 17 mi

Intervenções no edifício do Executivo de Santo André eram para ter sido finalizadas em 2016

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
31/03/2018 | 07:00
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Orlando Filho 14/9/16


As obras de reforma estrutural no prédio da Prefeitura de Santo André já custaram R$ 17,1 milhões aos cofres municipais até agora, conforme números oficialmente confirmados pelo Paço. O valor despendido supera em quase R$ 1,5 milhão a quantia originalmente acordada no contrato, assinado com o Consórcio Preserva EPP, vencedor da licitação. As intervenções ainda não se encerraram, embora, inicialmente, a previsão de entrega estivesse programada para 2016, durante o governo Carlos Grana (PT). Os prazos foram inúmeras vezes esticados, tendo como principal motivo para essas mudanças no cronograma problemas no fluxo de pagamento.

Apenas neste ano o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) apontou ter destinado R$ 978,8 mil para a conclusão das obras. A reforma é baseada em acordo firmado com o Ministério Público, que identificou série de problemas de segurança no local, e seguiu, posteriormente, recomendações da empresa Falcão Bauer, instituto contratado para realizar laudo técnico sobre a situação. As readequações no edifício tiveram início em maio de 2015, com o próprio Preserva, e estimativa oficial de término no limite de 11 meses.

Por nota, a administração tucana alegou que, desde o início da gestão, em 2017, colocou como meta finalizar as obras de reparo no prédio do Executivo. “Após ajustes e adequações, a obra tem previsão de término marcada para o mês de agosto de 2018 e já atinge aproximadamente 86% de execução.”

Em fevereiro de 2013, o Diário noticiou que um pedaço de concreto de aproximadamente um metro de comprimento caiu da estrutura da janela do 13º andar do prédio da Prefeitura. Na ocasião, ninguém se feriu. Antes disso, o edifício sofreu dois abalos em 2012. Em uma das situações, após tremores, o local chegou a ser evacuado. Diante do episódio, o governo contratou o instituto para identificar as condições do espaço. O documento indicava que “o número de anomalias inerentes à estrutura da época de sua construção é bastante grande e tem sua decomposição em constante avanço”. Depois do caso, o edifício foi cercado com proteção aos populares.

“Mantendo a atenção com os servidores e o público que passa pelo Paço Municipal, ainda há algumas restrições pontuais no entorno do prédio, adotando isolamento de acesso de pedestres e veículos em áreas próximas à fachada que está sendo restaurada”, acrescentou a Prefeitura, no texto, pontuando que a “dilação do prazo original para cumprimento do contrato foi autorizada previamente pelo Ministério Público”.

A APMSA (Associação dos Procuradores do Município de Santo André) chegou a questionar, judicialmente, se os adiamentos consideram as condições de segurança indicadas pelo laudo, e não apenas as questões financeiras. “Foram fixados prazos para a conclusão da obra levando-se em conta os riscos da deterioração com o decurso do tempo. Os prazos do laudo técnico já se expiraram”, frisou a entidade, na ocasião.  




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