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Região tem desempenho ruim em esgoto

Cidades têm índices de tratamento menores que a média do Estado; São Caetano é exceção

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
04/04/2012 | 07:00
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São Caetano foi a única cidade do Grande ABC a ter bom desempenho no ICTEM (Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgotos da População Urbana de Municípios) de 2011, divulgado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os dados integram o Relatório de Águas Superficiais. Em escala que varia de zero a 10, o município foi avaliado com a nota máxima. Todas as outras cidades da região ficaram abaixo da média estadual, de 5,5.

Ribeirão Pires teve média de 5,12, Santo André, 4,49, Rio Grande da Serra, 2,48 e Diadema, 2,35. Mauá e São Bernardo tiveram as piores avaliações, com 1,64.

Segundo o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Murilo Valle, São Caetano possui sistema avançado de tratamento de esgoto, conseguindo enviar 100% do que é coletado para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, localizada na Capital, divisa com o município.

 

A estação tem capacidade para tratar 3.000 litros de esgoto por segundo, mas atualmente recebe apenas 1.900. Isso porque as outras cidades do Grande ABC ainda estão longe de alcançar trabalho satisfatório nesta área. "Ainda falta muito para a região completar sistema ideal. O sistema de coleta até chega ser bom, mas grande parte do que é coletado acabada indo para indo para rios e para a Represa Billings", disse.

Para Valle, é necessário mais investimentos, de todas as esferas de governo. "São obras de custo elevado, que os municípios não conseguem bancar sozinhos", destacou.

O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, concorda que a região está longe do ideal. "Temos notado que o Grande ABC tem apresentado bom nível de coleta, mas em questão de tratamento ainda há muito o que progredir. A taxa deste trabalho é muito baixa. E estes números comprovam isto", relatou.

Porém, Carlos não concorda com a afirmação de que este tipo de trabalho é de responsabilidade do Estado. "A construção de coletores e estações de tratamento depende do município. Os prefeitos têm de se esforçar junto a outros órgãos para investimentos em tratamento de esgoto. Cabe a eles acelerarem esses serviços."

O presidente do instituto acredita que trata-se de problema nacional e do principal fator para a poluição dos rios e represas. "O Brasil é péssimo em tratamento de esgoto. Do total coletado no País, apenas um terço é tratado. A maioria vai para a natureza", disse.




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