Setecidades Titulo Segurança no trânsito
Multa por celular ao volante registra alta

Autuações subiram 10,14% em cinco cidades de
janeiro a julho na comparação entre 2016 e 2017

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
18/09/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O número de multas aplicadas pelo uso de celular ao volante teve alta de 10,14% na região – passou de 11.863 para 13.066 registros – entre janeiro e julho de 2016 na comparação com o mesmo período de 2017. Na contramão, das cinco cidades avaliadas, três (Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires) registraram queda nas autuações.

A redução mais considerável ocorreu em Ribeirão Pires, onde as autuações do tipo passaram de 548 em 2016 para 476 neste ano (-13,14%). Na sequência, em São Bernardo a baixa foi de 9,47% (de 4.074 casos para 3.699 no período). Por último, Santo André obteve 6,89% menos ocorrências (caiu de 5.243 para 4.882).

Por outro lado, em Mauá as autuações por uso do celular ao volante mais que dobraram – saltaram de 1.350 para 2.806 (alta de 107,85%). Em São Caetano, o problema cresceu 85,65% (passou de 648 para 1.203 condutores multados). As demais cidades não informaram.

Especialistas ouvidos pelo Diário ressaltam que ainda falta conscientização por parte dos motoristas. “Talvez haja maior esperteza das pessoas em relação à fiscalização. Acho que é mais isso do que conscientização”, fala o professor titular do departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP (Universidade de São Paulo), José Leomar Fernandes Júnior, sobre a queda em três municípios.

A dificuldade de a ação ser flagrada também pode ser um fator determinante, aponta o presidente do Instituto de Segurança no Trânsito David Duarte Lima. “A fiscalização é muito falha, não há guardas para todo mundo. A lei e a fiscalização são frouxas e as pessoas não acreditam nos riscos.”

Falar ao celular enquanto dirige é infração média, punida com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na habilitação. Conduzir com apenas uma das mãos por segurar ou manusear o celular é infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e inserção de sete pontos.

“As pessoas se sentem poderosas, capazes de enfrentar o perigo . Quem está sendo imprudente deveria ser punido exemplarmente, não em uma questão de achar que foi acidente. Na verdade foi um ato totalmente evitável, que é a imprudência”, ressalta o especialista da USP.

O aeroviário Anderson Dizeró Silva, 27 anos, de Santo André, quase ficou paraplégico após sua vizinha, que falava ao celular, colidir com a moto dele, em janeiro. “Lesionei a quinta vértebra da coluna, tive redução óssea de 10% e fiquei 90 dias de cama. Devido à falta de atenção dela, eu poderia estar preso em uma cadeira de rodas.”

Consciência é levada de forma divertida

A bordo de um Maverick 1977, o pintor automotivo Jorge Pereira Gomes, 52 anos, de São Bernardo, leva conscientização sobre a necessidade de um trânsito mais seguro. Na lataria, adesivos que simulam curativos e um soro hospitalar pendurado demonstram que o automóvel está ‘em coma’. “Falo que um carro nessas condições pode causar acidentes”, conta. “Como participo de eventos de carros antigos e vejo muita gente bebendo e depois dirigindo, também reforço o ‘se beber, não dirija.’”

Com essa temática, Gomes fez uma maquete, que doou para o Centro de Reflexão de Trânsito da cidade e serve como material para alunos que visitam o local.

O carro já chamou a atenção do ex-piloto de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, que, ao vê-lo um dia na Avenida Paulista, autografou o capô com a mensagem: “não importa o estado do seu carro, o importante é a quantidade de sorrisos e amigos que ele coleciona”.

Gomes salienta que, para levar adiante suas mensagens, o Maverick necessita sair da UTI (Unidade de Terapia-Intensiva). Por isso, sonha que o possante seja reformado pelo quadro Lata Velha, do programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo. Mesmo se reformado, o trabalho não perderá a essência. “Continuarei levando o respeito à vida.”




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