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Falsas financeiras enganam devedores
Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
04/07/2006 | 08:08
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Cuidado: não caia na tentação do dinheiro fácil. Pessoas com restrição de crédito, ou seja, com o nome colocado nas listas do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e no Serasa, são as principais vítimas de falsas empresas de empréstimo. Isso acontece porque a maioria das financeiras idôneas e que constam na lista de operadoras de crédito do Banco Central não aceita fechar financiamentos a quem tem o nome sujo na praça. A alternativa restante para conseguir pagar o que é devido acaba sendo apelar para instituições menores e pouco conhecidas, o que pode levar a mais prejuízo.

Foi o que aconteceu com a pensionista Magali Maria Navarro, 49 anos, que trabalha como babá para conseguir uma renda mensal de R$ 1.100. Por conta de dois cheques passados por ela que não tiveram fundos, acabou tendo seu nome nas listas dessas controladoras de crédito (Serasa e SPC). A babá diz que chegou a procurar outras financiadoras atrás de um empréstimo. Os pedidos foram negados por conta da inadimplência anterior. Magali ligou para a City Financial, empresa que encontrou por meio de um anúncio no jornal.

O primeiro erro da babá, segundo o técnico da área de assistência financeira do Procon, Diógenes Donizete, foi não ter ido até o escritório da empresa. “Fiz toda a transação pelo telefone”, conta Magali. A segundo falha – que custou à babá R$ 550 – foi fazer três depósitos em nome de José Oliveira da Silva, em uma conta bancária na Caixa Econômica Federal, como garantia para que o valor pedido – R$ 3 mil – pudesse ser sacado por ela. “Ninguém que está emprestando dinheiro pede dinheiro emprestado, essa é a principal característica de golpe”, afirma Donizete. De acordo com o técnico do Procon, empréstimos devem ser feitos somente pessoalmente e garantidos por contrato. “Caso a pessoa tenha dúvidas na hora de assinar, oferecemos consultores que podem ajudar gratuitamente”, explica.

Depois de um mês aguardando que o empréstimo fosse validado, Magali diz que a empresa não atende mais suas ligações. A orientação do Procon nesses casos, diz Donizete, é fazer um boletim de ocorrência, apresentando os comprovantes de depósito. O crime é conhecido como estelionato, o popular 171, e pode dar de um a três anos de cadeia. A City Financial não contém seu nome na lista de agências de crédito do Banco Central, o que significa que não está qualificada para a prática.

A lista de empresas credenciadas pode ser encontrada no site do Banco Central (www.bcb.gov.br).




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