Política Titulo São Caetano
Bottura diz não estar confortável no Pros

Vereador alega que postura do partido não se enquadra em seus projetos

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
16/09/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Quase dois anos depois de entrar para o Pros, o presidente da Câmara de São Caetano, Paulo Bottura, afirmou que se sente “desconfortável” no partido. O parlamentar foi eleito em 2012 pelo PTB, mas trocou de legenda em outubro de 2013, alegando divergências internas com o diretório petebista na cidade, hoje presidido por Altevir Anhê.

De acordo com Bottura, a posição do Pros em nível nacional – é aliado ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) – contraria sua “linha ideológica”. O parlamentar também destacou que se distanciou da legenda nos últimos meses, o que, segundo o dirigente da Casa, pesa contra sua permanência na agremiação a um ano da corrida eleitoral de 2016.

“Ainda não tomei nenhuma decisão (sobre possível saída do Pros), mas me sinto desconfortável (na legenda). O Pros também está descontente comigo, pois não participo de nada no partido. Então, fica um distanciamento bastante indesejável”, frisou o parlamentar.

Vereador no quarto mandato, Bottura chegou a integrar a nata do PTB são-caetanense. De 2009 a 2012, foi líder de governo do ex-prefeito José Auricchio Júnior (ex-PTB, hoje no PSDB) na Câmara. Disputou o pleito municipal passado pela sigla petebista, mas, após vitória do então vereador Paulo Pinheiro (PMDB) a prefeito, deixou o partido para integrar a base governista, já que a cúpula do PTB ainda estava próxima de Auricchio.

Bottura não foi o único a deixar a legenda petebista em 2013. O hoje líder do governo Pinheiro no Legislativo, Jorge Salgado, também trocou a sigla pelo Pros, provocando redução do partido – era a maior bancada da Câmara, com quatro cadeiras. O parlamentar afirmou que ainda não bateu o martelo acerca do futuro político, mas confirmou ter sido sondado por outras legendas, inclusive, para retornar ao PTB. “Ainda preciso conversar (com os dirigentes do Pros). Existem convites e estou avaliando”, destacou o parlamentar.

Em entrevista ao Diário, o presidente do PTB paulista, deputado estadual Campos Machado, relatou que espera que Bottura volte à legenda como trunfo do partido rumo à corrida eleitoral de 2016. “Nós vamos recriar o partido na cidade. Estou contando com a vinda do Bottura e com a manutenção do Flávio Rstom na legenda. Vamos recompor o partido”, salientou o mandatário do PTB estadual.

No Grande ABC, o Pros, detentor atualmente de seis cadeiras nos Legislativos (Santo André, São Caetano e Mauá), expôs fragilidade para manter alinhamento com seus parlamentares.

Na Câmara andreense, por exemplo, os vereadores Elian Santana e Marcos Pinchiari cogitam sair do partido com receio de que o fato de a legenda não lançar candidatura própria ao Paço no pleito do ano que vem dificulte seus projetos à reeleição. Em Mauá, Edgard Grecco também sinalizou possível desfiliação do partido – deve ir para o PSDB.

Criado um ano antes da eleição presidencial de 2014, o Pros também atraiu novos deputados federais – chegou a ter 22 cadeiras na legislatura passada –, seduzidos pela brecha na Legislação Eleitoral que permite ao parlamentar migrar para uma legenda recém-criada sem risco de perder o mandato.

Deputados, senadores e vereadores que disputarão o pleito municipal do ano que vem esperam por possível abertura de janela (prazo para troca de partido) para migrar para outras legendas sem ter que deixar seus cargos no Legislativo. 




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