A ex-secretária de Finanças de Mauá Valdirene Dardin se apresenta nesta sexta-feira, às 13h, na 6ªVara Criminal do município, segundo seu novo advogado, Leonardo Musumecci Filho. Caso a defesa não consiga derrubar o mandado de prisão preventiva, expedido no último dia 19, Valdirene poderá sair do Fórum direto para a cadeia. Segundo o Ministério Público de Mauá, a ex-titular da pasta na gestão do prefeito Oswaldo Dias (PT) teria sacado R$ 230 mil das contas da Prefeitura entre 2003 e 2004.

Apesar da prisão preventiva decretada há oito dias, o criminalista não considera Valdirene foragida da Justiça, ao contrário do que diz a promotora Adriana Ribeiro Soares de Morais. “Ela não é uma fugitiva. A Valdirene foi surpreendida com o decreto prisional, só que esses dias são absolutamente necessários para que a defesa possa tomar pé do que está acontecendo e estabelecer uma estratégia. O fato de ela comparecer ao interrogatório (que já estava previamente marcado) na sexta-feira é demonstração de que não é foragida.”

Musumecci Filho acredita que o fato de sua cliente não ter ainda se apresentado à Justiça não a prejudica no processo. “Não há dúvida de que nós vivemos em um período de caça às bruxas. Em um momento de punir sem o elemento probatório suficiente. O fato de ela não ter se apresentado até agora não representa aceitação de responsabilidade”, reafirma o profissional.

Professor de Direito e Processual Penal da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), Musumecci assumiu a defesa de Valdirene na quinta-feira e, por conta disso, ainda não traçou a estratégia. “Ainda estou analisando todo o processo. São mais de 800 páginas e não dá para ler isso do dia para a noite.”

Abatida – Segundo o defensor, que se encontrou com a ex-secretária no mesmo dia em que assumiu a defesa, Valdirene está abatida com a situação. “Ela está absolutamente abalada e surpresa com tudo que está acontecendo. O objetivo dela não é se evadir nem fugir, mas sim responder às acusações. Muito pelo contrário. Aconselhei que ela se distraísse com leitura.”

Musumecci criticou a postura da Justiça de Mauá, por ter decretado a prisão preventiva de Valdirene sem instaurar inquérito policial. “Ao decretar a prisão de Valdirene, o magistrado levou em consideração alguns elementos questionáveis, como a gravidade do delito, o clamor público e a possibilidade de ela se evadir. E nada disso se mostra palpável. Na nossa concepção, o decreto prisional não tem razão de ser”. Ele ainda completa: “O que está se colocando é a Valdirene como a inimiga pública número 1 de Mauá. Isso não é verdade. Prisão cautelar apenas em situações excepcionais, o que não me parece ser o caso dela. A Valdirene se declara absolutamente inocente”, analisa.