Política Titulo Projeto
MRS projeta linha férrea segregada em aporte de R$ 1,5 bi

No Consórcio, empresa diz que plano de construção de ramal exclusivo está em fase final

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
04/12/2019 | 07:00
Compartilhar notícia


A MRS Logística anunciou que está em fase final de constituição de projeto para construir linha férrea segregada entre Jundiaí, no Interior, até Santos, no Litoral, passando pelo Grande ABC, em investimento que atinge a casa de R$ 1,5 bilhão.

O assunto esteve ontem na pauta do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em assembleia de prefeitos. José Roberto Lourenço, gerente de relações institucionais da MRS Logística, e Paulo José Galli, secretário executivo da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, participaram do encontro.

A intenção da MRS é deixar de usar a maior parte dos trilhos compartilhados com a Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que percorre parte da Região Metropolitana, passando no Grande ABC por Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano. O tema é tratado em parceria com o governo federal, via Ministério da Infraestrutura.

Pelo projeto, 90 quilômetros de linhas serão segregados, que, nas contas da MRS Logística, reduziriam em até 65% do tempo de viagem de cargas entre Jundiaí e Santos – no trajeto, haveria compartilhamento apenas entre as estações Barra Funda (Linha 7-Rubi) e Mooca (Linha 10-Turquesa), em trecho de oito quilômetros.

“O trem de carga, para passar de Jundiaí até Santos, gasta quase um dia. A gente gastaria oito horas (com a proposta viabilizada). O período de um dia é devido ao gargalo. Tem que ir dividindo o trem, parando o trem, lidar com questão de horários. Hoje a gente trabalha 12 horas por dia para não trabalhar no horário de pico da CPTM, que é das 4h às 9h e das 16h às 21h. É o horário que só o trem de passageiro anda na linha”, disse Lourenço.

Com o projeto, a MRS Logística expandiria o tempo do atual contrato. Atualmente, a concessão à empresa expiraria em dezembro de 2026. O governo do Estado se comprometeu a aumentar para 2056 o tempo de contrato com o aporte na segregação.

O prefeito de Santo André e presidente do Consórcio, Paulo Serra (PSDB), disse que a proposta, além de beneficiar a região pela fluidez do transporte de cargas, consolidará promessa feita pelo governador João Doria (PSDB) de modernizar e agilizar o intervalo de trens na Linha 10. “Se consolida a Linha 10 como Metrô de superfície.” O tucano citou que, além da verba inicial de construção da linha à parte, toda operação vai movimentar R$ 4,4 bilhões em investimentos para os próximos dez anos.

“Um trem de carga é bem mais pesado, mais lento, abrevia a vida útil de um trilho convencional. Compatibilizar o passageiro no mesmo trilho da carga não traz o mesmo conforto, tem danificação maior, manutenção maior. Com a segregação, é possível aumentar a frequência dos trens”, comentou Galli. Segundo a CPTM, o intervalo de trens na Linha 10 varia de cinco (em horários de pico nos dias de semana) a 15 minutos (primeiras horas do sábado e do domingo). 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;