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Globo exibe novela a partir desta segunda-feira
Por Ana Carolina Rodrigues
Enviada ao Rio
Do Diário do Grande ABC
12/03/2006 | 07:48
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Vinte anos depois de sua versão original, estréia nesta segunda-feira Sinhá Moça, a nova trama das seis da Globo, com a responsabilidade de manter a excelente audiência conquistada por Alma Gêmea. No horário considerado o menos nobre para as telenovelas, a história escrita por Benedito Ruy Barbosa volta à grade da emissora carioca adaptada pelas mãos das duas filhas do autor, Edmara e Edilene Barbosa. “É muita emoção ver as meninas adaptando minha novela porque, em primeiro lugar, eu aprendi a confiar nas duas. Nunca deixei elas escreverem comigo, aliás, nunca deixei ninguém escrever comigo. Não sei dividir. Mas com elas foi diferente. Resolvi que eu não ia botar a mão. Falei para as meninas: vejam o que está escrito, analisem e mudem o que precisa ser alterado”, explica Benedito.

Animado com a volta de Sinhá Moça, que está sendo gravada em Bananal, em São Paulo, o autor não esconde o orgulho do trabalho feito pelas filhas. “Eu vi alguns takes da novela, a minha preocupação era só com a química do casal. Tem cenas lindíssimas. O que faz sucesso nessa história é a forma de amor de antigamente, o envolvimento das pessoas que tinha outro contexto”, explica.

Com direção de núcleo de Ricardo Waddington, direção geral de Rogério Gomes e direção de Luiz Antônio Pillar e Marcelo Travesso, a novela parte do romance entre Sinhá Moça, vivida por Débora Falabella, e Rodolfo, interpretado por Danton Mello, para contar um pouco da história política do Brasil às vésperas da abolição da escravatura na segunda metade do século XIX. Na trama, Sinhá Moça é contrária à escravidão enquanto seu pai, o barão de Araruna, interpretado por Osmar Prado, age como um ferrenho escravocrata. Encantado pela moça, Rodolfo fará de tudo para convencer o barão de que compartilha dos mesmos ideais. Mas na verdade, o filho do Doutor Fontes, de Reginaldo Faria, é um fervoroso abolicionista. Sem saber que Rodolfo está enganando o pai para se aproximar dela, Sinhá repele o pretendente, pois acredita que ele tem convicções diferentes das suas.

Pela primeira vez como protagonista de uma novela e escalado há tempos para viver Rodolfo, Danton Mello acredita que o papel chegou na hora certa. “Me sinto maduro profissionalmente e pessoalmente. Mas esse negócio de ser protagonista para mim não muda nada. Na essência sou ator nesse papel ou num papel menor. O importante é contar uma história, transmitir a mensagem”, afirma. “Só penso na trama e em emocionar o público. Audiência é coisa para a diretoria se preocupar”, diz referindo-se a uma possível cobrança por números devido ao sucesso da antecessora Alma Gêmea.

Para Débora Falabella, recém-saída de JK, viver Sinhá Moça está sendo uma experiência importante para sua carreira. “O mais legal é que essa novela tem um elenco muito bacana e está rolando uma química entre todas as pessoas. Além do mais estou adorando essa fase de trabalhos de época, é muito diferente. É bacana fazer um personagem que viveu em outra época, muito distante da gente. É um desafio deixar aquilo natural”. Sobre a carreira, em que vem sendo apontada como uma das mais importantes revelações da TV e do cinema nacional, a atriz prefere fugir dos elogios e encara a fase de sucesso com tranqüilidade. “Não gosto de dar ouvidos a essas coisas porque as pessoas também podem acabar com você em um segundo. Então, acho que tenho de continuar dando o melhor do meu trabalho. Não me preocupo com o que as pessoas vão falar, me preocupo com minha satisfação”.

Mistério – Tramas paralelas devem temperar a história com um pouco de mistério e algum humor, mas a verdadeira identidade do personagem Ana do Véu, vivida na versão original por Patrícia Pillar (que desta vez interpreta Cândida, mãe de Sinhá), será um dos grandes atrativos do folhetim. Na trama, Ana do Véu, a propositalmente desconhecida Isis Valverde, é prometida a Rodolfo, que há anos não a vê. Como a mãe da garota fez uma promessa de que a menina andaria com o rosto coberto até o dia de seu casamento com o jovem advogado, ninguém sabe ao certo quem é a misteriosa personagem. Para Patrícia, que na época causou certo furor ao revelar sua identidade, estar nas duas versões de Sinhá Moça é algo muito interessante. “É um barato participar de duas versões da mesma novela porque adoro esse texto, é uma história linda”, conta a atriz que pela terceira vez participa de uma novela de época.

Além do núcleo central da novela, a família do barão de Araruna e do doutor Fontes, Sinhá Moça contará com um elenco de peso repleto de nomes consagrados da teledramaturgia nacional que há algum tempo estão afastados na TV. Carlos Vereza, como o tipógrafo Augusto; Elias Gleizer, como frei José; Othon Bastos, na pele do fazendeiro Coutinho e até Chico Anysio, interpretando o também fazendeiro Everaldo.

A repórter viajou a convite da Rede Globo.




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