Artigo

A epidemia de Aids no Brasil acaba de completar três décadas, com importantes conquistas como a drástica redução da morbimortalidade graças à universalização do tratamento gratuito dos infectados com coquetéis de antirretrovirais e bem-sucedidas políticas de prevenção, mas com inúmeros desafios como as dificuldades em se descobrir vacina eficaz e a preocupante incidência de transmissão entre adolescentes jovens. Disseminou-se entre os jovens a falsa ideia de que é possível conviver tranquilamente com o vírus HIV, o que é um absurdo. Por dia, nove pessoas morrem de Aids somente no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Como médico e diretor de hospital referência em infectologia, penso que repensar o combate à doença, assim como buscar novas respostas e tratamento para outras moléstias infectocontagiosas, é oportuno e essencial. O Instituto de Infectologia Emílio Ribas vem se preparando para enfrentar esse desafio. O tripé assistência-ensino-pesquisa é fundamental em qualquer hospital-escola. No Emílio Ribas, hospital de administração direta, as três áreas vêm passando por transformações. Desde 2009 o hospital mantém convênio com a Fundação Faculdade de Medicina, entidade de apoio à assistência, ensino e pesquisa que auxilia o Hospital das Clínicas da FMUSP a ser o maior e mais bem conceituado hospital público da América Latina.

Na área de assistência, o Emílio Ribas poderá ativar mais 100 leitos em seu prédio de internações, cujo espaço era ocupado para atendimentos ambulatoriais. Com investimentos de R$ 6 milhões por parte do governo do Estado, novo prédio de ambulatório, reformado e equipado, foi colocado à disposição dos pacientes e corpo clínico, ampliando a capacidade de consultas com especialistas em quase 70%.

O Instituto vem se envolvendo cada vez mais em projetos de prevenção e promoção de saúde, levando mensagens de alerta para além das portas da unidade hospitalar.

E por falar em expansão de fronteiras, o Emílio Ribas ganhou em dezembro sua primeira ‘filial'. Hospital com total de 54 leitos no município do Guarujá, totalmente voltado para o atendimento de doenças infecciosas e parasitárias. Prestes a completar 132 anos de existência, em janeiro, o Emílio Ribas se renova e inova para revolucionar a assistência, o ensino e a pesquisa em benefício do SUS brasileiro.

David Uip é médico e diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

PALAVRA DO LEITOR

Obediência

Assistindo à história de um moço que deveria estar no desabamento no Rio, vi que esse moço recebeu ligação da mãe, que dizia que a avó estava febril. Então, ele abriu mão de ir ao curso e preferiu obedecer a mãe e levar sua avó ao médico. Mais uma vez se confirma Efésios 6-1 e 2, quando diz para os filhos honrarem, obedecerem aos pais, que, assim fazendo, viverão longos dias sobre a terra. Amo a Bíblia, pois é a palavra do Senhor para as nossas vidas. E quando as coisas na nossa vida parecem ser contrárias à nossa vontade, façamos o bem, realmente sem olhar a quem. Pois Deus é soberano e nos mostrará de alguma forma o caminho a seguir.

Rosangela Caris, Mauá

Incoerência

O ex-presidente Lula fazia propaganda da Saúde no Brasil dizendo que nós demos grande passo de qualidade na área com o SUS, que é muito bom. Mas há pouco, que teve pequeno problema na laringe, procurou hospital privado para se tratar. Justo ele, que defendia serviços públicos, inclusive a Saúde, corre para hospital privado! Ele, Dilma e José Alencar, tratado como guerreiro - é fácil ser guerreiro com o bolso cheio de grana -, trataram-se nos melhores hospitais e médicos. E o povo? O povo que fique com o SUS! Defendo o Sistema Único de Saúde, pois futuramente o que irá prevalecer será o serviço público. Esses planos de saúde particulares pioram cada vez mais e os preços são absurdos. Incoerência brutal!

Antônio Carlos de Souza, Santo André

Sacolinhas 1

Não sou contra o meio ambiente, mas os políticos, os donos de supermercados e os ecochatos estão nos achando idiotas! O plástico, que embala os cereais (arroz, feijão, farinha etc), que embala as hortaliças, as frutas, as batatas e cebolas para pesar, a carne, os PETs dos refrigerantes, do vinagre, do óleo, do álcool, da água etc, é biodegradável? Ou somente o saquinho que embala os produtos para o consumidor levar para casa é o que polui? Aliás, o saco de lixo (que já subiu de preço!) vendido em supermercados é biodegradável?

Carlos A. T. Varhidy, Santo André

Sacolinhas 2

O fim da distribuição das sacolinhas plásticas segue tendência mundial. Em Bangladesh, na Ásia, foi proibida desde 2002, depois de inundação que devastou o país em 1998, causado principalmente pelo entupimento de bueiros por plásticos. Este fato não é divulgado, mas por aqui também ocorre entupimento de bocas de lobo por sacos plásticos. Não é a principal causa, mas contribui muito para provocar enchentes. Não vamos remediar, temos que aprender a prevenir.

Gomes de França, São Bernardo

Camuflagem

Uma das formas de os prefeitos do Grande ABC camuflar o número de comissionados em cargos de confiança é a contratação de empresas para terceirização de serviços, com o fornecimento de mão de obra necessária, para a colocação dos seus aspones e cabos eleitorais, e também os vereadores da bancada de ‘amamentação', que servem para atender os acordos celebrados com as bancadas, que dirão ‘amém' a tudo que os mandatários ordenarem. É só levantar os processos das empresas terceirizadas para saber qual o número e quem são os contratados especializados em não comparecer aos locais onde os serviços deveriam ser prestados e são religiosamente remunerados.

Aylton Denari, Santo André