Economia Titulo Emprego
Desemprego é o menor desde 1998

Com 9,9% da população economicamente ativa sem
ocupação, região contabiliza 139 mil desempregados

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
01/02/2012 | 06:29
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O ano passado não foi marcado pela expressiva geração de emprego como 2010, porém, graças ao bom desempenho dos 12 meses anteriores, teve o trabalho facilitado na hora de diminuir o contingente de desempregados: foram 19 mil a menos de um ano para o outro, com 139 mil pessoas à procura de um trabalho no Grande ABC. A taxa de desemprego atingiu, pela primeira vez desde o início da série histórica (abril de 1998) o patamar de 9,9% da PEA (População Economicamente Ativa, composta por pessoas que estão trabalhando ou à procura de uma vaga). Até então, todos os índices da região eram formados por dois dígitos.

Os dados integram a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pelo Seade/Dieese, que entrevista mensalmente 600 domicílios na região.

Essa redução da taxa de desemprego implica, de acordo com o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, a redução do tempo que se leva até encontrar uma oportunidade. Nos anos 1990 eram necessárias 60 semanas (um ano e três meses) e, hoje, 29 semanas (sete meses e 25 dias).

O crescimento em menor ritmo da PEA também ajuda a explicar a diminuição do desemprego. "Temos menos jovens no mercado de trabalho porque eles estão estudando por mais tempo antes de buscar ocupação", diz Loloian. "Outro ponto é que, conforme as pessoas de determinada localidade vão arranjando emprego, a demanda cai. É demográfico."

De fato, em 2011, 25 mil trabalhadores conseguiram emprego no Grande ABC e em torno de 6.000 pessoas se apresentaram ao mercado de trabalho em busca de uma ocupação - elevando a PEA a 1,403 milhão. Em 2010, foram gerados 56 mil postos e a PEA encerrou aquele ano em 37 mil pessoas. Neste caso, os números foram maiores porque boa parte dessa demanda estava represada desde 2009, por conta da crise econômica.

Os setores que mais contribuíram ao incremento de vagas em 2011 foram indústria e serviços, com acréscimo de 12 mil trabalhadores cada. Dessa forma, atualmente estão trabalhando nas fábricas da região 350 mil pessoas e, nas empresas de serviços, 594 mil. Em ambos, o total de empregados nos segmentos é o maior de toda a série.

Na indústria, o ramo alimentício foi o que mais empregou na região (alta de 10,5%), seguido pelas áreas química, farmacêutica e plásticos (9,5%) e metalmecânica (4,9%). Este último emprega 45% da mão de obra do setor no Grande ABC.

Em serviços, as maiores altas foram observadas nos ramos comunitários (27,3%), reparação e limpeza (7%) e especializados, como consultorias e assessorias (4,4%).

O setor de comércio gerou 10 mil vagas em 2011 (totalizando 190 mil), puxadas principalmente por autos e combustíveis, como concessionárias e postos (33,3%) e varejistas (5,5%). A construção civil contribuiu com 1.000 postos (com 63 mil ao todo), impulsionados por edificação e estruturas (5,5%). Já o segmento outros, composto por emprego doméstico, diminuiu em 9.000 (somando 68 mil). "Essa notícia é boa, pois indica que as pessoas estão preferindo trabalhar em outros setores, mais qualificados."

Quase 90% têm registro em carteira

Desde o início da série histórica o total de trabalhadores com carteira assinada vem crescendo. "Em abril de 1998, 78% do total dos ocupados eram registrados, percentual que subiu para 88% em dezembro", ressalta Loloian. "Ao mesmo tempo, à época 20% não tinham carteira assinada e, em dezembro, esse total caiu para 12%." Isso explica a pequena diferença entre a PED e o Caged, que mensura somente o trabalho formal e contabilizou 24.537 postos gerados no ano passado.

Em 2011, o total de trabalhadores assalariados com carteira assinada cresceu em 42 mil, enquanto que o de informais diminuiu em 14 mil. Entre os autônomos (um chefe e um empregado, sendo acima disso considerado empregador), houve redução de 12 mil entre os que trabalham para empresa e aumento de 5.000 entre os que prestam serviço para o setor público, o que sugere aumento de formalização.




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