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Associado quis renovação, diz Evenson sobre Acisa
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
30/01/2012 | 07:39
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Eleito presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo André para mandato de três anos, Evenson Dotto, diretor do Diário, avalia que o resultado das urnas - obteve 241 votos contra 170 de Flávio Martins -, decretado quinta-feira, revelou que os associados desejam a oxigenação nos quadros da entidade. "Os apoiadores da outra chapa eram os mesmos que estão lá há muitos anos, representam a ala tradicional. Os associados mostraram que querem mudança."

A percepção, segundo ele, provocou a disputa histórica pelo posto após duas décadas de consenso. O sucessor de Sidnei Muneratti, que assumirá a cadeira em 7 de março, diz que o associado vai sentir a diferença no comando com as reuniões sequenciais nos bairros, eliminando o distanciamento com os comerciantes. Afirma que a aproximação, aliada à divulgação da Acisa, será o caminho para angariar mais adeptos. "É um círculo virtuoso."

DIÁRIO - Qual será a primeira ação implementada pelo senhor como presidente da Acisa?
EVENSON DOTTO - A ideia é iniciar ainda em março (mês da posse) encontros com comerciantes em dois ou três bairros. Essa semana quero organizar as datas. Uma das principais reclamações que escutamos (dos associados) na campanha era a de que (a Acisa) está distante e não participa. Queremos ouvir todas as reivindicações do pessoal. Se estiver dentro da área de atuação da Acisa, vamos tentar resolver.

DIÁRIO - Após estas reuniões, quais serão os próximos passos da diretoria?
EVENSON - Analisar o que dá para melhorar internamente, organizar os departamentos. Depois ir às ruas e mostrar os serviços prestados. A entidade precisa ampliar o quadro de associados (de aproximadamente 4.000). Já na transição vamos nos mexer. Preparar o site (www.acisa.com.br) para que todas as informações possam estar à disposição. Fazer o círculo virtuoso para resultar em maior representatividade.

DIÁRIO - De que modo os associados sentirão a diferença de uma nova equipe de comando?
EVENSON - Só de fazer as reuniões e escutar já será uma grande mudança. Os associados nem lembram quando foi realizado o último encontro. E não vai ser só uma e acabou. Na reunião vamos montar cronograma para as próximas. As sequenciais ficam mais produtivas. A periodicidade das reuniões será definida com os comerciantes e vamos colocar sempre um diretor representado no bairro para o associado cobrar, reclamar.

DIÁRIO - A que atribui sua vitória na eleição?
EVENSON - O associado optou por nós pela inovação (nome da chapa), pelas propostas diferentes, não queria a continuidade das pessoas que estavam apoiando a chapa do Flávio (Coerência), porque os seus apoiadores estão há muitos anos na Acisa. São ex-presidentes e conselheiros, aqueles mesmos que impediam nossas ideias. Não tivemos o apoio de ninguém desta ala tradicional. O resultado mostrou que o associado não quer mais isso.

DIÁRIO - Este sentimento de mudança desconstruiu o discurso da outra chapa?
EVENSON - Na campanha, colocamos as propostas de inovação para oxigenar a Acisa. Conseguimos mostrar que não somos continuidade do mesmo grupo. Desfez qualquer ideia de que a maior parte era dos iguais por existir pessoas na atual diretoria, que não teria novidade ou um impacto na gestão.

DIÁRIO - De que forma estuda utilizar a experiência do Flávio?
EVENSON - Quero conversar com ele nos próximos dias. Ver o que dá para fazer em conjunto, de propor forma de trabalho, situar se ele tem interesse neste sentido. De alguma maneira, a Acisa pode aproveitar as suas ideias.

DIÁRIO - Quais propostas acredita que dá para promover nestes três anos de mandato para aproximar a Acisa do comércio?
EVENSON - Prometemos na campanha criar cursos de capacitação e aperfeiçoamento para mão de obra e empresário. Movimentar. Dá para realizar muito mais do que estamos fazendo. Além disso, queremos retomar campanhas e concursos para incentivar comércio, o que hoje não existe. Antigamente tinha o concurso de vitrine, de enfeite de Natal. Vamos incentivar a pessoa a comprar aqui, permanecer na cidade. Para isso precisamos de apoio. A Acisa vai correr atrás da campanha com patrocinadores, mas o poder público pode contribuir a fomentar o setor.

DIÁRIO - A ideia é expandir a atuação de grandes eventos, que está restrita somente ao Natal, a outras datas?
EVENSON - Vamos manter e ampliar (a campanha de Natal), que é fantástica, só que não vai ficar só naquilo. Hoje atividades grandes são poucas que envolvem a população num todo.
DIÁRIO - A questão da regionalidade também pode ser proposta dentro das associações do Grande ABC?
EVENSON - Temos de fazer ações em conjunto com as outras associações, aproximar. Podemos organizar uma corrida de 16 km, por exemplo, com São Caetano e São Bernardo. Fora estimular os consumidores a ficarem na região, criar condições de gastar aqui, o que gera lucro e amplia o emprego.

DIÁRIO - Como buscará dar mais transparência ao trabalho da entidade?
EVENSON - Primeiramente, vamos publicar toda a parte financeira no site, dar transparência do que entra e sai, esmiuçando o que a Acisa faz com o dinheiro que recebe (R$ 25 de taxa mínima por matrícula do associado). A fórmula de atuação da presidência vai mudar. Será uma gestão empresarial, de governança corporativa, avaliando o que dá para aprimorar no fluxo de trabalho e análises de custo de cada produto oferecido.

DIÁRIO - É possível diminuir a taxa de inscrição para microempresários, assim como propunha a chapa do Flávio Martins?
EVENSON - Podemos fazer a análise do custo. Se puder reduzir, vamos fazer, mas tem de ver se é razoável. Analisar no que a proposta está baseada. Vai diminuir algum serviço, será a mesma coisa ou está cobrando caro? Temos de ver o custo. Agora com o fim da eleição, vou pedir o estudo de eventual redução, que ele deve ter realizado, e estudar no que ele se baseou para o levantamento para poder implantar. Se tiver possibilidade de redução, podemos reduzir o preço cobrado, não vejo problema.




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