O anúncio da candidatura própria do PPS de São Bernardo, na terça-feira, não convenceu o PT. A bancada oposicionista da Câmara, composta por quatro vereadores, ainda acredita na união com a terceira via no primeiro turno das eleições municipais.

Líder dos petistas na Casa, Wagner Lino defende a aliança desde que seja predominantemente política. “A união não pode ser casuística, de divisão, porque a intenção não é criar feudos dentro da Prefeitura (caso o grupo saia unido e conquiste o Paço). Insisto que a coligação tem de ser programática, após discussões que indiquem os mesmos princípios entre o PT e o PPS”, pondera.

Ao que tudo indica, os debates entre as siglas estão de fato adiantados já que ambos os partidos estão com o discurso afinado no mesmo tom. “O princípio do PT é a mudança”, alerta Lino. Coincidentemente, a mesma bandeira do PPS, que sugere uma candidatura alternativa para a cidade. “O objetivo é mudar o rumo da administração, do ponto de vista ético, da transparência e da democracia. Tem sentido sair com o PPS se o caminho for o mesmo”, pontua.

O vereador Tião Mateus (PT) caracteriza a coligação como uma “condição favorável” para o PT. “A força da família Manente (que coordena o PPS), unida ao apoio do PTB, seria fundamental para definir a eleição no primeiro turno. Acredito que essa junção ocorrerá porque o PT entendeu que não pode governar sozinho e abriu o leque de negociações”, avalia o parlamentar.

Lado oposto - A base de sustentação, que vive o impasse entre qual candidatura será apoiada pelo grupo governista – deputado estadual Orlando Morando (PSDB) ou ex-prefeito Maurício Soares (PSB) – lê o script da eleição de maneira oposta.

Para o líder do governo, Ary de Oliveira (PSB), o posicionamento da terceira via não foi apenas balão-de-ensaio. “Toda eleição tem sempre quem quer se valorizar, mas acredito em três candidaturas no primeiro momento (Morando, Manente e Luiz Marinho-PT). Acho que vamos polarizar com o PT, o PPS só anunciará apoio aos petistas no segundo turno.”

Os pré-candidatos do PPS, Alex Manente e Otávio Manente (principal cotado como vice na chapa petista) não foram localizados pela reportagem para comentar o assunto.