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Diadema suspende brecha em lei seca após mulher ser assassinada
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
08/03/2005 | 14:33
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A Prefeitura de Diadema decidiu não renovar o alvará de funcionamento após as 23h do bar Ludimar, localizado no bairro Serraria, por causa do assassinato de uma mulher nas proximidades do estabelecimento na madrugada de domingo, às 2h, durante a vigência da lei seca. Uma discussão com amigos da vítima dentro do estabelecimento teria motivado o homicídio, segundo uma testemunha.

A lei seca, implantada em 15 de julho de 2002, determina o fechamento dos bares das 23h às 6h na cidade. Estabelecimentos podem obter permissão especial para funcionar durante o horário se apresentarem condições de segurança, isolamento acústico e se funcionarem em local fechado, sem mesinhas na calçada, entre outras determinações da Prefeitura. A obediência à lei, de acordo com estudos da Prefeitura, evitou 12 homicídios por mês e levou à diminuição de 25% nos registros de violência doméstica.

O alvará especial do bar Ludimar teria de ser renovado nesta quarta-feira, mas a Prefeitura já adiantou que irá vetar po causa do crime. O dono do estabelecimento, Luís Ferreira, 42 anos, acha injusta a medida. “O crime não ocorreu aqui, não tem nada a ver com o bar. Contrato seguranças para trabalharem à noite justamente para que não haja nenhuma confusão”, disse Ferreira.

A desempregada Ana Cláudia Salgado de Oliveira, 28 anos, foi morta brutalmente na rua Guajás, próxima ao bar. Segundo a polícia, por Bruno Ferreira Mendes, 24 anos, e um rapaz de prenome Rogério, apelidado de Pica-Pau. Os acusados teriam, antes, agredido Ana. Ao final, pegaram uma pedra de 50kg de uma construção e jogaram no rosto da vítima, que morreu na hora.

A Polícia Militar conseguiu prender Mendes e um adolescente de 17 anos, que também é acusado de participar das agressões. Pica-Pau estava foragido até a noite de segunda-feira.   De acordo com A.P., 21 anos, amiga de Ana, todos os envolvidos eram amigos e estavam juntos no bar. Segundo a testemunha, a moça foi morta porque revidou aos xingamentos dos rapazes, que teriam comentado que ela cantava mal em uma sessão de videokê.

O dono do bar tem outra versão. “Estive aqui durante toda a noite do crime e não teve nenhuma discussão por causa do videokê. Acho que a morte tem relação com tráfico de drogas. Pelo que sei, Ana passava drogas pelo bairro”, afirmou Ferreira. O caso será investigado por inquérito policial no 3º DP de Diadema.

Em 2001, 13 mulheres foram assassinadas na cidade, o que representa 5,46% do total de homicídios. Em 2004, foram 11 vítimas, representando 8,52% dos crimes praticados.



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