O comando da Polícia Militar na região implantou no fim de semana a Operação Preservação Pela Vida com o objetivo de reduzir os casos de assassinatos no Grande ABC. As favelas Tamarutaca e Sacadura Cabral, em Santo André, contam desde sexta-feira com viaturas fazendo rondas constantes pelas ruas e bases móveis comunitárias estacionadas nos acessos.

"Estamos intensificando os trabalhos para reduzir os números (de homicídios). As viaturas estão onde poderão ser vistas. É um modo de mostrar às pessoas que a polícia está presente", disse o coronel José Belantoni Filho, comandante da corporação nas sete cidades.

Na avaliação do coronel, a ausência de ocorrências nas duas comunidades na madrugada de ontem prova que o planejamento deu certo. No entanto, os casos de homicídios no Grande ABC dispararam em novembro. Na madrugada de sábado para domingo, seis pessoas foram mortas. Nos últimos 15 dias, são 17 vítimas fatais da violência na região, incluindo cinco policiais militares.

"É uma precaução para os próprios moradores", disse Belantoni. A operação funcionará 24 horas por dia e o efetivo foi reforçado com homens de outros batalhões do Grande ABC. Não há prazo para terminar e a Polícia Militar avalia ampliar para outros locais onde pode haver instabilidade ou grande incidência de casos.

A autoria dos homicídios, por enquanto, ainda é investigada pela Polícia Civil. Mas os reflexos da presença policial já foram sentidos. Na tarde de ontem, o desempregado Allan Ribeiro da Silva, 28 anos, foi preso em casa, no bairro Cidade São Jorge, com uma escopeta de munição calibre 12, dois coletes à prova de balas e acessórios para carregar munição correspondente à arma.

Segundo os investigadores do 1º DP (Centro) da cidade, onde o caso foi registrado, ele estaria guardando o armamento e o equipamento para traficantes da Tamarutaca, que estariam escondidos em outras favelas.

Conforme Belantoni, o trabalho presencial da polícia, por enquanto, é eficaz para a região e não há necessidade de fazer uma ocupação, como a corporação fez com a Operação Saturação em comunidades da Capital.

"As operações funcionam de acordo com cada mecanismo, avaliado e estudado pelo Comando Geral. Ainda não temos a necessidade de algo semelhante (à Saturação) por aqui", disse.

Para o comandante da Polícia Militar, as pessoas precisam avaliar melhor as informações sobre toques de recolher e ações criminosas. "Existe quem joga boatos nas comunidades apenas para atrapalhar a nossa atuação."

União investe R$ 60 milhões em Segurança no Estado

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assinaram ontem o acordo de cooperação do governo federal com o Estado no combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Foi anunciado investimento de R$ 60 milhões por parte da Pasta federal para a construção do Centro de Comando Integrado na Capital das polícias Militar e Civil, que contará com órgãos de Segurança da União e do sistema de Justiça. Segundo Cardozo, as ações começarão na segunda-feira. O acordo é válido até o fim de 2014.

A troca de informações e a transferência de presos considerados de alta periculosidade para prisões federais já estão em funcionamento. "Teremos ritmo aceleradíssimo e as ações serão permanentes", disse Cardozo.