“O barulho é insuportável.” A frase do produtor cultural Rafael Ferro da Silva, 32 anos, explica situação de descaso na Avenida Cândido Camargo, no Jardim Ana Maria, em Santo André. Há dois anos, a via pública, incluindo terreno localizado em cima de córrego canalizado, é utilizada para estacionamento de caçambas.
Segundo Silva, os transtornos diários ocorrem entre 7h30 e 23h30. O cenário preocupa porque, no local, há rio canalizado. É possível notar afundamento no solo em algumas partes da área. “São caçambas imensas e aqui fica cheio delas. O solo não tem estrutura para receber as carretas”, afirma.
A dona de casa Leonilda da Silva, 70, mora há quase duas décadas no clube de japoneses com o filho. Após inúmeras reclamações, ela desistiu de tentar solucionar o problema localizado na porta da sua casa. “Eles (caminhões) fazem barulho, porque são grandes. Esses tempos contei e tinha oito caminhões aqui. O ruim é que o solo está cedendo e qualquer dia os veículos vão cair dentro do córrego”, aponta.
A técnica de enfermagem Sueli Ribeiro da Cruz, 49, reclama que a situação é perigosa pela quantidade de caçambas. A equipe do Diário esteve no local e constatou seis delas. “Tem dia que é 5h e estão estacionando, tirando e colocando, eles não respeitam. A gente reclama e eles tiram, mas passam dois ou três meses e voltam a fazer”, relata.
Questionada sobre o problema, a empresa responsável pelas caçambas afirmou que adquiriu terreno para regularizar a situação. Já o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) destacou, por nota, que, em vistoria, foi constatado que “aparentemente o afundamento (da via sobre o córrego) foi causado pelo tráfego intenso de caminhões”.