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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

Turismo
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Uma cidade, várias descobertas
Itu: pequena só no nome

Conhecida no Brasil inteiro após criação de uma lenda, local conta com passeios culturais e muita diversão

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
20/06/2019 | 07:28
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Divulgação


A cidade onde tudo é grande, menos o nome. Itu, um dos 29 municípios considerados estância turística no Estado de São Paulo, está a apenas 118 quilômetros de distância do Grande ABC (cerca de duas horas e 20 minutos de carro) e proporciona aos seus visitantes clima típico de Interior e passeios para todos os gostos.

Turisticamente, a cidade desabrochou na década de 1960 com a participação do ator Francisco Flaviano de Almeida, o Simplício, na Praça da Alegria, precursor de a A Praça É Nossa, exibido pela extinta TV Tupi. Vestindo o uniforme do Ituano, ele fazia piadas com o tamanho dos legumes produzidos em Itu, onde nasceu. Em uma das clássicas cenas, Simplício sentava no banco ao lado de Manuel da Nóbrega e contracenava com sua mulher: “Vai Ofélia, diga ao homem de que tamanho é a abóbora de Itu!”. E ela respondia abrindo os braços: “É deste tamanho!” e ele retrucava, bravo: “Não, Ofélia, não é a pitanga, estou falando da abóbora!”.

Instantaneamente, produtores de todo o Brasil passaram a enviar legumes enormes para a Rede Tupi com o objetivo de que eles fossem mostrados na televisão, e a pacata cidade do Interior de São Paulo passou a receber turistas em busca dos tais legumes gigantes. A prefeitura aproveitou e entrou na onda, ao criar objetos gigantes e expô-los na Praça Padre Miguel, no Centro, que por décadas foi o principal ponto turístico do município. Recentemente, em 2012, Itu inaugurou a Praça dos Exageros, com o intuito de aumentar as visitas. Mas os dois locais passam por reformas. Segundo o paço, o primeiro, onde fica o orelhão, será entregue em julho e, o segundo, marcado pelo enorme boneco sentado no banco, em referência a Simplício, reabre em setembro.

ATRAÇÕES

Itu reserva, ainda, outras grandes surpresas, como o Parque Maeda, escolhido pelos turistas no site TripAdvisor como a principal atração da cidade. O local conta com 6 milhões de metros quadrados e comporta pesqueiro, pousada, área de lazer e parque aquático. É tão grande que faz divisa com as cidades de Sorocaba e Porto Feliz.

Outro parque, o Varvito, é monumento geológico inaugurado em 23 de julho de 1995 e que já recebeu mais de 500 mil visitantes. Patrimônio tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turismo do Estado de São Paulo), o local foi construído em área de 44.346 metros quadrados em antiga pedreira. Varvito é o nome utilizado pelos geólogos para denominar tipo de rocha sedimentar única, formada pela sucessão repetitiva de lâminas ou camadas, cada uma delas depositada durante o intervalo de um ano. A entrada é gratuita.

Muito procurado também é o Museu Republicano Convenção, inaugurado em abril de 1923 como extensão do Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Fica em sobrado histórico onde aconteceu em 18 de abril de 1873 a Convenção Republicana de Itu, reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do País, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.

Outra atração é a Fazenda do Chocolate, que remete à típica fazenda com animais soltos e contato direto com a natureza. Tanto a entrada como o estacionamento são gratuitos. Lá são oferecidos passeios, como o Roteiro do Chocolate (R$ 24,90), que conta como é a produção do doce desde o plantio do cacau até a barra pronta, com direito a visita e degustação no laboratório; Roteiro Caipira (R$ 16,90) que conta a história do local, passando por prédios históricos, como a senzala, a capela e a casa antiga, onde é servido cafezinho; e o trenzinho (R$ 15), que dura 45 minutos e leva o visitante até o ponto mais alto do local, com vista privilegiada.


Parque Maeda mistura natureza, beleza e diversão

Nem só de lenda sobrevive Itu. O crescente número de turistas – foram 1,2 milhão em 2017, 1,5 milhão em 2018 e a previsão é a de que 2 milhões de pessoas visitem a cidade neste ano – impulsionou a criação de parques pela região. O principal deles é o Maeda.

Até 1998, no local funcionava plantação de tomates da família, que foi contaminada por praga que gerou prejuízo. Foi então que os proprietários, que já tinham tanques de pesca para uso particular, iniciaram atividade como pesqueiro. Aos poucos, os visitantes passaram a pedir que fossem criados quartos para que pudessem passar o fim de semana e, aproveitando que espaço não era problema, a família criou pousada que hoje conta com 127 quartos, entre apartamentos e chalés. Por fim, para que os acompanhantes dos pescadores pudessem se entreter, foi criado o parque, que não para de ganhar atrações.

A mais recente começa em setembro. “Trenzinho vai levar os visitantes para passeio da jabuticaba. São 500 pés e a pessoa fica à vontade para comer e pode trazer por quilo. Estamos fazendo em alguns fins de semana, quando os pés estão dando fruto fora de época”, explica a responsável pela monitoria, Elaine Gomes.

O Maeda conta com brinquedos como miniroda-gigante, pedalinho, playground, passeio a cavalo e parque aquático para 4.000 visitantes, com piscinas para adultos e crianças, além de toboáguas. Mas, mesmo que o tempo não ajude, os passeios fazem a visita valer a pena. Um deles leva ao Jardim Japonês, um dos maiores e mais belos do Brasil, com primoroso projeto de paisagismo, espelhos d’água com carpas orientais, bonsais, ponte japonesa e cascatas. “A atração mais visitada do parque”, acrescenta Elaine. Para chegar ao Jardim Japonês, o visitante pode utilizar o teleférico – que garante bons momentos de diversão nas alturas e proporciona vista panorâmica do parque –, ou pelo trenzinho, outra divertida atração acompanhada por monitores. Ele leva também às Rodas D’água, à Sede da Fazenda e à Árvore Gigante, centenária com vários mirantes construídos sobre a copa – o mais alto chega a 22 metros de altura.

Para aproveitar o parque, o visitante tem duas opções. A primeira é comprando o day-use, que até o dia 31 de agosto custa R$ 65 para crianças de 5 a 10 anos e R$ 89 acima desta idade, e dá direito a pescaria esportiva, aos passeios de trenzinho, teleférico, pedalinho, quadriciclo, além de acesso ao parque aquático. Está incluso também farto almoço self-service, com enorme variedade, como comida japonesa, salmão, camarão, além de comidas típicas italianas, além de suco artificial e refrigerante local. Outra opção é se hospedar na pousada que dá acesso ao parque. Em julho, o fim de semana para casal e uma criança custa R$ 350, com direito a café da manhã.

O jornalista visitou o Parque Maeda a convite
 




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