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Quem é o Curupira?

Personagem do folclore brasileiro nasceu a partir da cultura indígena tupi-guarani

Luís Felipe Soares
02/06/2019 | 07:15
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Divulgação


Talvez um dos personagens mais famosos da cultura popular nacional, o Curupira moraria nas matas e teria como missão proteger as florestas e os seres vivos de possíveis perigos de todos os tipos que possam aparecer. As lendas dizem que ele costuma perseguir homens que maltratam os animais, os que caçam apenas pelo prazer de matar e indivíduos que destrõem áreas verdes. Sua descrição fala em figura com altura de criança, olhos verdes, cabelos ruivos, pés virados para trás e com os calcanhares voltados para frente e muitos pelos espalhados pelo corpo, mas as características podem mudar de acordo com a região do Brasil de onde se houve a história.

O curupira faz parte do rico universo do folclore brasileiro, formado pela reunião de relatos ligado à cultura popular com personagens. Diferentes pontos dos País contam com festas, lendas e tradições que ajudam a alimentar histórias diversas, com figuras como Saci-Pererê, Mula-Sem-Cabeça, Cuca e a sereia Iara.

Seu mito tem origem indígena, sendo mais comum entre os tupis-guaranis, considerado o principal grupo de índios do Brasil. O nome surgiu a partir da mescla de ‘curu’ (derivação de curumim, que significa menino) e ‘pira’, que representa corpo, com o termo final sendo algo como corpo de menino. 

Para manter relação de mínima paz com a criatura lendária, pessoas que caminham à noite em seus domínios precicam levar um archote (tocha feita a partir de pedaço de madeira) para iluminar o caminho e também réstia de alho entre seus pertences. Há quem diga que também deixa fumos e bebidas, a exemplo da cachaça, na trilha feita para agradá-lo – ou, ao menos, despitá-lo durante o trajeto. Ele também auxiliaria trabalhadores da região, como os pescadores, uma vez que essas pessoas precisam da natureza para sobreviver.

Os contos protagonizados pelo personagem são contados há gerações e acabaram sendo registrados pelo homem branco por meio de pesquisadores e viajantes do passado. Uma das principais referências históricas foi realizada pelo padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597), no século XVI, quando esteve no Brasil e o mencionou em carta como sendo temido pelos indígenas. “É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios e que os brasis chamam de coropira, que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe de açoites, machicam-nos e matam-nos”, diz trecho do texto datado de 1560.

Consultoria de Neide Rodrigues Gomes, professora, arte-educadora, pesquisadora e vice-presidente da Comissão Paulista de Folclore e integrante da Comissão Nacional de Folclore. 




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